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Banco Central deve promover mais uma alta na taxa Selic

O Banco Central deve decidir por mais uma alta da taxa básica de juros na reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom), que tem início hoje.

14/01/2014 11:05

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Banco Central deve promover mais uma alta na taxa Selic

O Banco Central deve decidir por mais uma alta da taxa básica de juros na reunião de seu Comitê de Política Monetária (Copom), que tem início hoje. Especialistas entrevistados pelo DCI acreditam que o governo vai usar a taxa de juros neste ano para mostrar ao mercado que está preocupado com a inflação e com o controle dos gastos públicos. 

Segundo o economista da Fundação Instituto de Administração (FIA), Carlos Honorato, o fato de a inflação acumulada de 2013 ter vindo acima do esperado pelo mercado não foi tanto o problem. "Apesar da diferença entre os números ser baixo, o mercado ficou com a expectativa ruim porque o governo havia se comprometido a dar uma inflação menor que a de 2012", disse. No ano passado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é considerado a inflação oficial, ficou em 5,91% ante 5,84% no período anterior. 

"Este ano, o governo não deve economizar por termos Copa e eleições, a expectativa é de uma inflação mais alta do que no ano passado, meu palpite é que o governo mande algum sinal para o mercado de que vai controlar a inflação. O governo está preocupado, ele já viu que fez besteira lá atrás por mexer nas expectativas do mercado", completou o especialista que acredita em uma alta entre 0,25% e 0,5% na reunião. 

Para ele, o Banco Central não deve optar por grandes altas neste ano devido à influência que uma taxa de juros muito alta deve ter na, já baixa, atividade econômica. "As previsões do Produto Interno Bruto [PIB] já caíram e temos menos dias úteis neste ano. A perspectiva de crescimento é baixa e a expectativa das pessoas é de segurar o consumo com muita gente falando de bolha imobiliária ou coisas do tipo", completou. 

O boletim Focus, publicado ontem pelo Banco Central, projeta que o PIB deste ano cresça 1,99%. Na semana anterior a expectativa do mercado era de que o crescimento fosse de 1,96% e há um mês estava em 2,01%. 

Sobre a taxa básica de juros, o relatório da autoridade monetária aponta 10,5% para este ano, essa expectativa é mantida há sete semanas consecutivas. Já para 2015, os especialistas esperam uma Selic mais alta, fechando o ano em 11,50%. Na semana anterior a previsão era de 11,25% para o fechamento do próximo ano. 

O professor da Escola de Negócios da Universidade Anhembi Morumbi, Osmar Visibelli, chamou a atenção para o fato de que a inflação oficial não reflete os preços reais já que alguns preços de itens importantes como combustível, energia elétrica e transporte urbano são administrados e não devem sofrer reajustes neste ano. 

Ele também citou que, por conta das eleições, a autoridade monetária também pode ficar mais suscetível a pressões das estruturas de governo. "Me parece, pelo conjunto de declarações do governo, que o Banco Central está assumindo uma postura mais governamental e essa reunião será definitiva para toda a postura da autoridade monetária tanto em 2014 como em 2015", colocou. 

Outra postura que o Banco Central poderia tomar, segundo o professor, seria mais técnica, mostrando uma independência maior das questões políticas. "Na postura técnica, ele reconheceria a pressão sobre os preços e aumentaria mais a taxa, considerando o fato dele não ser totalmente independente eu espero uma alta de 0,25% nesta reunião, o que caracteriza uma subordinação dentro do governo", completou o professor. 

Segundo previsões divulgadas pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), se o Comitê optar por um aumento tanto de 0,25 quanto de 0,5 pontos percentuais, o efeito nas operações de crédito será muito pequeno. "Este fato ocorre uma vez que existe um deslocamento muito grande entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores que na média da pessoa física atingem 92,29% ao ano provocando uma variação de mais de 800% entre as duas pontas", afirmou a nota divulgada pela associação. 

O Itaú Unibanco divulgou que a alta deva ser de 0,25. "Nós e a maioria do mercado esperamos que o Copom vá reduzir o ritmo de taxas de juros, caminhando para 25 pontos base, ante 50 anteriores. Omovimento seria consistente com os recentes sinais fornecidos pelo Comitê de que o ciclo de aperto está perto de seu fim. Os indicadores recentes - sugerindo mais fraco crescimento da atividade econômica no início deste ano - também apoiam a caminhada menor taxa . Por outro lado, para o aumento das surpresas mais recentes como se os resultados de inflação aumentam ligeiramente a probabilidade de um aumento de 50 pontos", disse por meio de nota. 

Fonte: DCI

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