A Copa do Mundo tem sido sinônimo de boas oportunidades de negócios no Brasil. E não é diferente com as pequenas e médias empresas nacionais. E se o assunto é bola rolando, o segmento de artigos esportivos é um dos que mais aposta em expansão e em vendas acima da média com o aumento do fluxo de turistas.
Depois de triplicar o número de lojas em 2013, a Liga Retrô, especializada em réplicas de uniformes antigos de times e seleções de futebol, prevê dobrar a receita em 2014 em relação ao ano passado, quando faturou R$ 12 milhões.
"Acredito que podemos ter um ‘Natal' no meio do ano e duplicar o volume de vendas entre maio e julho", diz Marcelo Roisman, sócio da Liga Retrô.
Ele ainda aposta no "amor". Isso porque além da paixão pelo futebol, junho é o mês dos namorados e camisas podem ser uma opção de presente.
A previsão da marca é abrir 25 novas franquias em diferentes regiões do país, com investimentos de R$ 2,5 milhões. Além disso, a empresa vai aportar R$ 500 mil em lançamentos de produtos, campanhas promocionais e publicitárias e ampliação de sua estrutura.
"Faremos diversas ações específicas para a Copa ao longo do primeiro semestre, como o lançamento de 30 camisas das seleções que vão participar do mundial, além de uma linha casual de t-shirts com estampas comemorativas do campeonato. Também estamos firmando parcerias com grandes grifes de moda para lançar modelos femininos exclusivos. Muitas grifes têm nos procurado a fim de desenvolver, em conjunto, peças específicas para a Copa do Mundo", antecipa ele.
A rede Loja das Torcidas, lançada em 2013 e hoje com 20 unidades franqueadas, também inicia o ano com inaugurações em Maceió, Belém e Recife, embalada pelo movimento de consumidores em torno da Copa. A marca espera ter 50 franquias em funcionamento até a abertura do evento e calcula um volume de vendas quatro vezes maior no período, já chamado de "o novo Natal", segundo Samadhi Müller, diretor da Loja das Torcidas. O modelo de quiosques será o forte da empresa
"Teremos mais de mil itens voltados para o evento, como cornetas, almofadas e a tatuzela", conta Samadhi.
Repaginadas, mini garrafas voltam em ação da Coca-Cola
Sucesso nos anos 80, as mini garrafinhas colecionáveis da Coca-Cola retornam ao mercado, repaginadas e embalagem de alumínio, como parte da estratégia de ativação da fabricante em torno da Copa do Mundo. A ação, que inclui a partir de hoje campanha publicitária com filmes para TV, mobiliário urbano, bancas de jornal e em redes sociais, está dentro do orçamento de R$ 14 bilhões para o período de 2012 a 2016 e que contempla também as Olimpíadas, no Rio. Segundo Victor Bicca, diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo, este é o maior investimento da história da empresa no Brasil, onde está há 70 anos. O país é considerado o quarto maior mercado para a marca no mundo.
"Somos os patrocinadores mais antigos da Copa do Mundo, com uma parceria que vem desde 1974. A ação com as garrafinhas colecionáveis atende a um pedido dos consumidores e segue o projeto iniciado em 2012 com o lançamento do mascote da Copa, o Fuleco. Seguimos com a campanha que visa tornar o mundial de futebol no Brasil o mais inclusivo, com o slogan ‘A Copa de Todo Mundo'. Depois, colorimos as latas com as cores da bandeira durante a Copa das Confederações e iniciamos 2014 com uma grande celebração, que começa com a ação das garrafas", diz ele.
As garrafinhas chegam em 18 modelos de alumínio decoradas com as bandeiras de todos os países que já sediaram o Mundial (Argentina, Chile, Uruguai, México, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Espanha, França, Itália, Suécia, Suíça, África do Sul, Japão, Coreia do Sul), os três próximos países-sede (Brasil, Rússia e Catar), além de duas edições especiais.
"A mecânica da promoção consiste em juntar tampinhas ou anéis de latinhas, que têm pontuações diferentes de acordo com a cor, acrescentar mais R$ 3,80 e procurar os pontos de troca", explica Bicca.
A empresa também será patrocinadora de 12 espaços Fun Fest que serão montados nas cidades-sede da Copa. No Rio e em São Paulo, os locais escolhidos foram a praia de Copacabana e o Vale do Anhangabaú, respectivamente.
Crédito de R$ 60 milhões para PMEs fluminenses
A procura de pequenos e médios empresários por financiamento levou a subsecretaria de Comércio e Serviços do Rio de Janeiro a desenvolver linhas de crédito que atendam especificamente empresas participantes de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no estado. Agentes financeiros da Agência Estadual de Fomento (AgeRio), Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica apresentarão, no dia 23 de janeiro, na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), opções para empresários dos 25 APLs em atividade. A linha AgeRio Arranjo Produtivo Local terá R$ 60 milhões disponíveis, com a oferta de dez diferentes tipos de linhas de crédito a empresas interessadas, com taxas de juros a partir de 0,29% ao mês. Além de projetos para capital de giro ou expansão, o financiamento se estende também a projetos de inovação, aquisição de máquinas e equipamentos, licenciamento ambiental e até projetos de eficiência energética.
Os APLs são basicamente constituídos de micro e pequenas empresas que não têm acesso facilitado ao crédito. Por isso foi criada a iniciativa, que visa suprir essa demanda e, ao mesmo tempo, estimular a economia do estado. É o caso do município de Nova Friburgo, na região serrana, onde o APL local, voltado ao setor de confecção de moda íntima, é considerado fundamental para a economia.
Os APL concentram ramos de atividade que vão de confecções a serviços nas áreas de turismo, hotelaria e entretenimento, passando também por tecnologia da informação, cadeia produtiva de óleo e gás, metal mecânico e rochas ornamentais, entre outros. Durante a rodada de negócios, as empresas vão passar por uma triagem e a aprovação do crédito dependerá da análise das instituições financeiras.
Fonte: Brasil Economico