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O retrato e a realidade

Governo vai a Davos para pintar um quadro do Brasil. Mas empresário, quando chega aqui, encara dura realidade

24/01/2014 05:14

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O retrato e a realidade

A presidente Dilma Rousseff, junto com quase toda sua equipe econômica, foi a Davos, na Suiça, para dizer aos investidores que o Brasil é um bom destino para seus recursos. A chefe de governo brasileira vai falar nessa sexta-feira no Fórum Econômico Mundial. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já deu uma ideia do que vai tratar sua chefe.

A questão é afinar o discurso com a prática. Já que os empresários ainda enxergam diversos obstáculos para investir no País. Segundo uma pesquisa da KPMG, a complexidade da legislação tributária e a burocracia, além do ambiente político, são os grandes problemas enfrentados por quem quer investir aqui. E todos estes pontos dependem de ações do governo para serem resolvidos. É preciso vontade política.

Quem conversa com um empresário percebe o quanto estes problemas estão conectados. Uma grande companhia que queira se instalar no Brasil tem que trazer não só uma equipe especializada nos negócios, mas terá que contratar profissionais locais, contadores, advogados, para lidar com o mar de regras para pagamento de impostos. Além da carga tributária em níveis escandinavos, ainda precisa arcar com estes altos custos.

Neste ano de eleição, nada acontecerá pra mudar esse cenário. Mas é preciso que a partir de 2015, se leve muito a sério uma reforma tributária. A conta está alta e o retorno é nulo. Os diversos impostos cobrados, e da maneira como são cobrados, só alimentam a burocracia e a corrupção, que abalam todo o sistema econômico e político do País. 

Essa cultura precisa mudar. A maneira de se cobrar tributos precisa mudar. A Receita Federal precisa mirar mais a renda, e menos a produção e os salários dos trabalhadores. Precisa criar um ambiente em que as pessoas e empresas paguem impostos e saibam para onde ele vai. Dar maior transparência à gestão pública.

Enquanto não houver ações nesse sentido, os discursos feitos por Dilma e Mantega no exterior, por mais que sejam bonitos e bem intencionados, serão encarados pelos investidores somente como mais um discurso de políticos. Não serão levados a sério.

Fonte: DCI - SP

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