Se os anos anteriores a 2014 foram os da transição, este e o próximo serão os da consolidação total das grandes mudanças que vêm sendo implementadas pelo governo brasileiro na área contábil, fiscal, previdenciária e trabalhista. O mais recente caso em curso é o do eSocial, que entrou em vigor no último dia 1º de janeiro, para unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados. São transformações complexas que dependem de patrões e colaboradores.
De qualquer maneira, as empresas terão de continuar investindo pesado em tecnologia da informação, lançando mão de diversos tipos de sistemas informatizados, que já se mostraram essenciais para o desenvolvimento dos negócios, a partir deste novo ambiente gerencial. Com a troca de informações praticamente em tempo real entre os órgãos governamentais e as empresas, o monitoramento das movimentações financeiras é implacável, começando no momento de uma compra ou na geração de uma nota fiscal de qualquer tipo.
Frente à importância do que vem acontecendo, o mercado está demando profissionais contábeis dotados de conhecimentos sobre temas como o complexo Sistema Público de Escrituração Digital, ferramenta presente no dia a dia das empresas brasileiras. Tamanha transformação está obrigando os empresários contábeis a investir em reciclagem por meio de cursos, treinamentos e eventos, reinventando sua maneira de encarar a relação entre mão de obra e tecnologia. A adoção desta nova maneira de executar os serviços vem aumentando significativamente os custos das operações, que precisam estar alinhados com as necessidades dos clientes.
O esforço é necessário para dar conta da avalanche de obrigações acessórias entregues ao fisco todos os meses. A qualidade das informações prestadas às autoridades tributárias é essencial para evitar ameaças trazidas pelo aumento evidente do risco fiscal e da insegurança jurídica que o país, infelizmente, ainda proporciona aos empreendedores. Este grande processo de integração precisa ser mútuo, desenvolvido por meio de um esforço compartilhado, afinal todos estão no mesmo barco enfrentando uma enorme tormenta fiscal e burocrática. Em meio tudo isso, é certo que se as empresas naufragarem, o país também vai a pique.
Por Carlos Meni
Fonte: DCI-SP
