A partir de agosto, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) começa a investir R$ 157 milhões anualmente no Brasil. O programa denominado ‘Oportunidade para a Maioria’ apoia projetos sociais que promovam desenvolvimento e qualidade de vida para as classes C, D e E do país.
Por meio de parcerias com ONGs e empresas brasileiras, o BID vai financiar programas que aliem crédito e orientação financeira para empreendedores com faturamento de até R$ 4.710 por ano com seus negócios. A meta é beneficiar até 2015, 2,7 milhões de brasileiros. Por enquanto, apenas uma parceria foi fechada, mas a intenção é elevar esse número para 30 o mais rápido possível.
Para Maria do Carmo Romeiro, doutora em administração pela Universidade de São Paulo com diversos trabalhos sobre microcrédito publicados, a concessão de empréstimos nesses moldes é uma inciativa positiva para a mudança na realidade social desse segmento da população.
“O microcrédito tem um caráter social muito mais ampliado que o caráter econômico nessa faixa de faturamento do negócio a que se destina o programa BID. Além de permitir que o empreendedor adquira equipamentos básicos para suas atividades, o que lhe dá maior condição de oferecer um produto ou serviço mais profissionalizado, o microcrédito trabalha na autoestima desse empreendedor que passa a se perceber como uma pessoa digna de crédito”, explica.
Outro ponto destacado pela pesquisadora é a importância de oferecer suporte educativo para esses tomadores de recurso. Segundo ela, o microempreendedor tem a necessidade de ser auxiliado na condução do seu negócio principalmente em relação à administração do dinheiro, o que inclui separação do montante do negócio da verba familiar, familiarização com o fluxo de caixa e elaboração de uma estratégia de estoque. O agente de crédito é uma peça fundamental nesse processo.
“A política de microcrédito, não se esgota na disponibilidade do recurso, mas exige um programa de microcrédito que incorpore suporte ao microempreendedor em vários aspectos da condução do seu negócio”, salienta Maria do Carmo.
O programa ‘Oportunidades para a Maioria’ foi criado há três anos e já apoia 24 projetos em diversos países latino-americanos. Seu propósito é auxiliar o desenvolvimento dos 360 milhões de pessoas, 70% da população, que se encontram na base da pirâmide social na América Latina.
Fonte: asboasnovas
