Fazer saque com o cartão de crédito não é um bom negócio para o consumidor, segundo pesquisa da Associação de Consumidores Proteste. A entidade constatou que os juros cobrados no ano passado chegaram a 628,02% e que a tarifa para retirar dinheiro chegou a dobrar em algumas instituições bancárias.
A entidade comparou a tarifa de 90 modalidades de cartões em janeiro. No Itaú, o valor para saque nacional passou de R$ 5 para R$ 10. Na modalidade internacional, a cobrança se manteve em R$ 20.
No Bradesco, o valor cobrado para saque no país se manteve em R$ 7,90, mas foi reajustado para o exterior, passando de R$ 7,90 em março do ano passado para R$ 12,00 nos diferentes tipos de cartão.
A pesquisadora da Proteste Renata Pedro ressalta que, na maioria dos bancos, não houve alteração da tarifa neste ano. É o caso de Banrisul, Caixa Econômica Federal, Losango, Banco do Brasil e Diners, que mantiveram os valores cobrados para saque nacional e internacional.
A pesquisadora observa que, além da cobrança da anuidade, podem incidir sobre a fatura quatro tipos de juros e todos eles podem ser evitados. “Muita gente utiliza o cartão como se fosse uma espécie de extensão da renda. Gasta mais do que ganha e não consegue pagar o valor total da fatura”, diz Renata.
Ela aconselha a fugir dos juros no crédito rotativo, pagando o valor total da fatura sempre na data do vencimento, já que o Custo Efetivo Total pode chegar a 700% ao ano, conforme estudo feito recentemente pela Proteste. “Há outras alternativas melhores do que o saque no cartão de crédito, que é uma modalidade de financiamento muito cara. O crédito pessoal é melhor. Aliás, o saque nunca compensa”.
Cinco tarifas. A associação alerta que os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa para uso na função saque, para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito.
Conselhos
- A Proteste recomenda que o consumidor nunca use a função saque do cartão de crédito
- O ideal, segundo a associação, é evitar os empréstimos, mas se eles forem necessários, procure opções mais baratas de financiamento, como o crédito consignado ou empréstimos pessoais
- A entidade afirma que compensa mais pagar os juros do cheque especial, por um ou dois dias, do que retirar o dinheiro no cartão de crédito
- O cartão só deve ser usado no exterior em situações de emergência, pois ainda incide a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Fonte: O TEMPO