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No País, 71% dos negócios são abertos por oportunidade

Percentual é o maior dos últimos 12 anos e é fruto do aumento da escolaridade e cenário de pleno emprego, que reduz empreendedorismo por necessidade

11/02/2014 05:57

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No País, 71% dos negócios são abertos por oportunidade

A fatia de pequenos empresários que montaram o próprio negócio por oportunidade, e não por necessidade, voltou a crescer em 2013 e fechou em 71,3%. Segundo o Monitor Global de Empreendedorismo (GEM, na sigla em inglês), divulgado ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o índice bateu o recorde de 69,2% registrado em 2012 e aponta para uma inversão da curva em relação a 2002, quando 57,6% montavam empresas por falta de opção. 

Os motivos para a mudança estão na situação de pleno emprego vivida no Brasil e no aumento da escolaridade no período, conforme o Sebrae. Se a alta demanda por mão de obra faz com que diminua a quantidade de pessoas que buscam o empreendedorismo por necessidade, há um aumento do número de empresas abertas, principalmente entre pessoas jovens e com mais anos na escola. 

O consultor Rubens Negrão, do Sebrae em Londrina, afirma que o Brasil sempre figurou entre os países com maior número de empreendedores, mas por necessidade. "Isso está mudando. O número de empresas abertas vem aumentando, mas a quantidade de pessoas que empreenderam porque estavam desempregadas diminuiu." 

Para o presidente da entidade, Luiz Barretto, a perspectiva é de que a quantidade de micros e pequenas empresas continue a crescer. "O mercado interno brasileiro ainda oferece muitas oportunidades de negócios, seja para a classe média, em expansão, seja para segmentos específicos de mercado." 

Diretamente ligado a isso está o aumento do grau de escolaridade. Entre empreendedores com ensino superior completo ou incompleto, 92% abrem empresa por oportunidade, número que cai para 61% entre os que têm o segundo grau incompleto. "O maior tempo na escola deixa a pessoa mais preparada para abrir um negócio", diz Negrão. Ele cita ainda o fortalecimento da atuação de entidades de fomento a empresas, como associações comerciais, cooperativas de crédito e o próprio Sebrae, como base para o desenvolvimento do empreendedorismo. 

Independência
O empresário Marcelo Marcos Vicentin, dono da Clínica de Motores, afirma que abriu um negócio em Londrina depois de atuar no ramo de manutenção de máquinas de jardinagem, limpeza de fim de obra e construção civil, mas como empregado. Como a demanda era grande, ele e a mulher, Leila, resolveram arriscar. "Foi pela oportunidade, porque são no máximo cinco que fazem o mesmo serviço na região, mas pode dizer que também foi pela necessidade de ter um futuro melhor." 

Depois que a empresa engrenou, a mulher deixou um cargo no departamento de controle de qualidade da Ford e se juntou a ele e ao filho mais velho no empreendimento. "Ter um negócio era um sonho antigo e significou para a gente a independência financeira e emocional", conta. 

Juventude a favor
Metade dos novos empresários brasileiros têm de 18 a 34 anos e outros 26%, de 35 a 44. Negrão afirma que a explicação é o pouco tempo no mercado de trabalho. "Se o estudante se forma, arruma um emprego e cresce profissionalmente, diminui a vontade de abrir uma empresa porque percebe uma evolução na carreira e o salário melhora", conta. 

Sobre o que o brasileiro pensa em relação ao empreendedorismo, 81% acreditam que alcançar sucesso em um novos negócios dá status, 57% não temem o fracasso, 52% dizem ter conhecimento e experiência para iniciar uma empresa e 50% identificam boas oportunidades para os próximo seis meses. Ainda, 38% dizem conhecer alguém que empreendeu nos últimos dois anos. 

O levantamento é feito em 68 países e, no Brasil, foram entrevistadas 10 mil pessoas de 18 a 64 anos. A GEM é uma iniciativa da London Business School e Babson College e, no País, é patrocinada pelo Sebrae e feita em parceria do IBQP com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Fonte: Folha de Londrina – PR

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