Segundo pesquisa feita nos Estados Unidos pela consultoria Constant Contact, 81% das PMEs locais usam redes sociais para chegar ao consumidor. No Brasil, não existe levantamento equivalente, mas a empresa responsável pela ferramenta de monitoramento de mídias Scup lançou a pesquisa "A influência no Facebook no marketing digital em 2014", que aponta que 89% dos profissionais do setor o apontam como o principal canal virtual no relacionamento do cliente.
Entre os três maiores benefícios que PMEs podem obter pelo Facebook estão o aumento da visibilidade das ações de marketing, o crescimento do tráfego em sites e insights – ou ideias, em tradução livre do inglês – para melhorar produtos e serviços. A geração de novos negócios, ou vendas, aparece apenas como a sexta principal utilidade.
O diretor de marketing da Scup, Diego Monteiro, afirma que é preciso entender que o marketing de redes sociais passa pela geração de conteúdo. "No Facebook, há muitas fotos e links compartilhados, que até podem gerar algum ganho, mas isso não significa que a pessoa está ligada àquela marca ou produto", diz.
Por isso, ele sugere textos ou notícias relacionadas à empresa, para fortalecimento da relação com o cliente. Um exemplo é a loja de produtos de beleza ou de roupas que publica orientações sobre como se maquiar ou sobre combinação de acessórios. Para Monteiro, são situações que resultam em retorno maior do que a divulgação de promoções.
O fundador do site GestordeMarketing.com, Olimpio Araujo Junior, completa que o conteúdo pode ser usado para tirar dúvidas dos clientes e facilitar a venda. "O objetivo é sempre informar e instruir o usuário sobre o produto ou serviço que a empresa está vendendo, mas também apresentar soluções para usuários que tem dúvidas e buscam isso na web."
Araujo Junior conta que não se deve copiar o que as grandes marcas fazem. Para a PME, o objetivo maior é a venda e o relacionamento com o cliente, enquanto as maiores empresas buscam dar visibilidade para a marca, o chamando "branding". "As PMEs precisam de resultados imediatos e o que conta é a conversão em vendas. Se a estratégia não gerou vendas, não serviu para nada."
O diretor de marketing da Scup afirma que é preciso diversificar estratégias e ferramentas de marketing digital. Ele considera o Pinterest como uma boa opção para lojas de móveis e de decoração, por exemplo. O Twitter também exige a geração de conteúdo, mas Monteiro adiciona que é preciso estar ligado ao assunto do dia, como a final de um campeonato ou de uma novela, para atrair a atenção. Pelo Youtube, é possível publicar vídeos até mesmo semanais, com o diferencial de que o custo de produção pode ser um pouco maior. "Se for algo muito caseiro, pode queimar a imagem da empresa", diz.
Se não for possível diversificar, Araujo Junior diz que deve se escolher uma opção, mas sem ficar fora das redes sociais. "Nem sempre o empreendedor tem disponibilidade de tempo para trabalhar com todas, então sugiro manter o foco na principal, que atualmente é o Facebook."
Por Fábio Galiotto
Fonte: Folha de Londrina – PR