O Conselho Fiscal da Petrobras recomendou à empresa que reduza o nível de endividamento da empresa para evitar um rebaixamento da nota de risco, o que eleva o custo de financiamento.
A recomendação foi dada na reunião do conselho do dia 25 de fevereiro, e se tornou pública por meio da ata divulgada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"Este colegiado recomenda à administração da companhia que envide esforços para reduzir a alavancagem (empréstimos e outras formas de crédito voltados a aumentar as possibilidades de rendimento) da Petrobras tendo em vista que a deterioração deste múltiplo põe em risco o atual rating de crédito", diz a ata.
O rating, ou nota de risco, é definido por agências internacionais e é uma referência para investidores sobre a "saúde financeira" e a possibilidade de não pagamento das dívidas e outras obrigações. Essa nota influencia o custo de se levantar dinheiro no mercado, já que se pode cobrar juros maiores porque o risco também é mais alto.
Mais endividada do mundo
No ano passado, a Petrobras foi classificada como a empresa mais endividada do mundo em um relatório do Bank of America Merrill Lynch. A empresa vem aumentando o tamanho de suas emissões de bônus em dólares ano após ano, pelo menos desde 2009, elevando os custos de financiamento.
No início da semana, a estatal lançou uma oferta de US$ 8,5 bilhões em bônus no exterior, com a demanda pelos papéis superando os US$ 22 bilhões, segundo o IFR, um serviço da agência de notícias Thomson Reuters.
Os recursos captados pela Petrobras devem ser usados para ajudar a financiar o plano de negócios da companhia de 2014 a 2018. Os investimentos da empresa estimados para o período de cinco anos foram reduzidos em quase 7% em relação ao plano anterior, ainda assim para o robusto montante de US$ 220,6 bilhões.
A Petrobras sofre com alto endividamento e defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno na comparação com os preços internacionais, além de estar enfrentando obstáculos para elevar sua produção. As ações da companhia rondam o nível de 2005.
Fonte: G1