A governança corporativa é fundamentada nos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. E contribui para alinhar o comportamento dos administradores ao interesse da empresa e de todos os seus sócios e demais stakeholders, prevenindo ou mitigando conflitos e contribuindo para a longevidade das organizações.
Na prática, adotar melhores práticas de governança corporativa significa implementar processos claros e definidos para a gestão, controle e monitoramento da empresa, converter princípios em regras objetivas, buscando alinhar interesses, com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitar seu acesso a recursos.
A origem dos debates acerca da governança corporativa, notadamente nos EUA e em outros países que têm como regra empresas sem controle definido, remete a conflitos de interesses entre sócios e gestores.
No Brasil, país no qual a propriedade concentrada predomina, ou seja, o poder de controle societário em geral é exercido por uma pessoa ou grupo, familiares ou não, os conflitos tendem a se dar entre os sócios majoritários e minoritários. Os conflitos tendem ainda a se intensificar na medida em que ocorre sucessão hereditária da propriedade.
Nesse cenário, é fundamental adotar práticas adequadas para atender aos interesses de todos os envolvidos diretamente com o controle e/ou a gestão da empresa. Além disso, ao adotar boas práticas de governança as empresas tendem a lidar de forma mais eficiente com questões relacionadas à profissionalização e à sucessão organizada da gestão, além de obterem melhoria nos seus sistemas de decisões e monitoramento.
As vantagens da boa governança não se aplicam somente às empresas de capital aberto, mas a qualquer tipo de organização, independente do porte, natureza jurídica ou tipo de controle.
Por Roberta Nioac Prado
Fonte: DCI - SP