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Metade das empresas brasileiras não tem mulheres em cargos de liderança, aponta relatório da Grant Thornton

A pesquisa também mostra que apenas 7% das empresas brasileiras têm planos para contratar ou promover mulheres nos próximos 12 meses, metade da média global (14%)

08/04/2014 04:15

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Metade das empresas brasileiras não tem mulheres em cargos de liderança, aponta relatório da Grant Thornton

47% das empresas brasileiras não possuem mulheres em cargos de liderança, aponta o International Business Report 2014 (IBR), da Grant Thornton. A presença feminina no Brasil nesse tipo de cargo ficou abaixo da média global, que mostra que 33% das companhias não contam com mulheres em postos de líderes.

A pesquisa também mostra que apenas 7% das empresas brasileiras têm planos para contratar ou promover mulheres nos próximos 12 meses, metade da média global (14%). Os números revelam um cenário de retrocesso em relação aos anos anteriores. Em 2012, apenas 26% das empresas não tinham mulheres no comando, em 2013, a fatia aumentou para 33%. O estudo é feito com 12.500 empresas em 45 economias, sendo 300 companhias brasileiras.

A pesquisa mapeou o nível de suporte que as empresas oferecem para o desenvolvimento profissional de suas funcionárias. Durante a licença maternidade, somente 9% das empresas brasileiras pagam salários por um período maior do que a lei recomenda e apenas 19% garantem acesso aos programas de educação continuada e desenvolvimento profissional. A média global para esses itens é respectivamente de 29% e 37%.

No Brasil, os conselhos de administração têm em média cinco integrantes, sendo apenas uma vaga ocupada pelo sexo feminino e 65% das empresas apoiariam cotas para aumentar o número de mulheres em companhias de capital aberto. Para Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton Brasil, o País ainda precisa avançar no âmbito da discussão sobre a participação de mulheres em cargos de direção em empresas públicas e privadas e a União Europeia é um bom exemplo. "O Parlamento europeu aprovou em novembro um projeto que estabelece meta para que as mulheres ocupem 40% dos cargos de conselho de administração em empresas de capital aberto", diz Madeleine Blankenstein.

Globalmente, os setores de educação e serviços sociais têm mais mulheres em posição de liderança (51%), seguidos por hospitalidade (37%). Os segmentos de mineração (12%), agricultura e eletricidade (ambos 16%) são os que menos possuem mulheres liderando.

O International Business Report da Grant Thornton (IBR) é uma pesquisa realizada há 19 anos que tem como objetivo fornecer informações sobre as opiniões e expectativas de mais de 12 mil empresas em 45 economias anualmente. São entrevistados CEOs, diretores, presidentes e outros executivos seniores, levando em conta os cargos mais relevantes para cada país.

A pesquisa é realizada principalmente por meio de entrevistas telefônicas com duração de aproximadamente 15 minutos, com exceção do Japão (por correio), das Filipinas e da Armênia (pessoalmente), China continental e Índia (combinação de entrevistas pessoalmente e por telefone), onde as diferenças culturais requerem uma abordagem própria. 


Economias incluídas no IBR


Ásia-Pacific (APAC)

Austrália, Hong Kong, Índia, Japão, China, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Taiwan, Tailândia, Vietnã.

Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)

Malasia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietnã.

BRIC

Brasil, Rússia, Índia, China

União Européia (UE)

Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanhã, Grécia, Irlanda, Holanda, Polônia, Espanha, Suécia e Reino Unido.

G7

Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos. 

América Latina

Argentina, Brasil, Chile, México.

Nórdicos

Dinamarca, Finlândia e Suécia.

América do Norte

Canadá e Estados Unidos.

Outros

Armênia, Bósnia, Geórgia, África do Sul, Suíça, Turquia e Emirados Árabes

Fonte: Administradores

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