É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O estudo concluiu que existe uma grande relação entre o grau de disciplina e comprometimento das pessoas com atividades e compromissos simples do dia a dia e a relação delas com o próprio dinheiro.
A pesquisa foi realizada no fim do ano passado com 656 consumidores de todas as classes econômicas. Foram entrevistados apenas consumidores com mais de 18 anos, alfabetizados e com renda própria, moradores de todas as capitais do país.
Inicialmente, os pesquisadores estabeleceram três perfis comportamentais para os pesquisados, com base nas respostas de cada um sobre hábitos de estudo, comportamento no trabalho e postura diante de compromissos simples, como o de chegar a encontros no horário marcado.
As pessoas organizadas foram 24% do total; as que tentam ser organizadas somaram 62%; e as desorganizadas foram 14%.
Os entrevistados foram classificados como pessoas organizadas, que tentam ser organizadas e desorganizadas.
Os pesquisadores analisaram o comportamento das pessoas de cada perfil com relação ao dinheiro.
25% dos desorganizados já entraram no cheque especial
O percentual de entrevistados desorganizados que já entrou alguma vez no cheque especial, por exemplo, é mais que o dobro em relação à parcela de consumidores organizados.
O percentual é de 11% entre os consumidores organizados, de 21% entre os que tentam ser e de 25% entre os desorganizados.
Também foram detectadas diferenças comportamentais nos três perfis quanto à gestão das despesas de casa.
Quando perguntados se conseguem chegar ao final do mês com todas as contas pagas, 64% dos organizados respondem que sim e que ainda sobra um pouco de dinheiro.
A parcela que responde sim a esta pergunta entre os que tentam ser organizados cai para 45% e chega em 39% entre os entrevistados desorganizados.
Organizados estão mais preparados para emergências
A pesquisa também mostrou que a desorganização tem reflexos no preparo do consumidor para emergências. Em uma situação de perda de emprego ou problema de saúde, 50% dos entrevistados organizados teriam como recorrer à poupança ou a outro tipo de aplicação para sair do sufoco.
O percentual entre os que tentam ser organizados e recorrem a esse tipo de reserva é de 41% e cai para 36% entre os desorganizados.
"Ao contrário do que diz o senso comum das pessoas, as causas do descontrole financeiro não estão relacionadas à classe social ou ao grau de escolaridade do consumidor, mas ao comportamento de cada um. De maneira geral, vimos que pessoas organizadas e planejadoras têm uma gestão financeira mais saudável e totalmente coerente com o restante das práticas do dia a dia", diz, em nota, a economista-chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues.
Fonte: Uol