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Emprego é mais importante que Bolsa Família para a redução da desigualdade, diz governo

Presidência da República afina discurso contra o baixo crescimento da gestão Dilma

12/05/2014 11:55

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Emprego é mais importante que Bolsa Família para a redução da desigualdade, diz governo

A formalização do mercado de trabalho e o aumento do salário dos trabalhadores são os fatores que mais contribuíram para a queda da desigualdade social no Brasil nos últimos anos, superando até mesmo outras fontes de renda do brasileiro provindas do Orçamento da União, como a Previdência e programas sociais. A avaliação faz parte de um estudo da Presidência da República.

Os dados fazem parte da apresentação feita pelo ministro da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República, Marcelo Neri, à presidente Dilma Rousseff e a outros 20 ministros na última segunda-feira (5), e informam que o trabalho contribuiu com 54,9% para a redução da desigualdade entre 2002 e 2012.

A desigualdade de renda dos brasileiros caiu nos anos 2000 para o menor patamar desde que começou a ser calculada, mas ainda está abaixo do padrão dos países desenvolvidos. Para a conta, é utilizado o índice de Gini, que mede a desigualdade de renda.

O conjunto de informações é parte de uma compilação sobre o desenvolvimento inclusivo sustentável, na qual Neri buscou repassar aos seus colegas e à presidente a ideia de que o dinheiro no bolso é mais importante para o cidadão comum do que o baixo crescimento da economia apresentado recentemente.

A estratégia de investir na valorização do salário e não apenas em programas de transferência de renda gera resultados positivos para alguns analistas porque seu resultado prático é o aumento da renda dos brasileiros assalariados. No entanto, segundo o professor de economia da Universidade de Brasília, Roberto Ellery, é necessário discutir a sustentabilidade dessa política.

— Se queremos continuar esse caminho [de aumento dos salários], é preciso aumentar a produtividade.

Para o professor, sem produtividade, o País terá problemas com a inflação e com o setor externo. Por isso, investimentos na melhoria dos serviços e na eficiência da produtividade podem impedir essa situação. Para isso, segundo ele, é necessário focar na infraestrutura para que a produção nacional não registre prejuízos com estradas em más condições, portos operando sem a capacidade necessária nem com problemas no setor energético.

Com base nos dados da SAE, as políticas que mais contribuem para o bem estar social, depois do trabalho, são o Bolsa Família, o pagamento da Previdência acima do piso e a aposentadoria com base no salário mínimo, com 12,2%, 11,4% e 9,4%, respectivamente.

“O brasileiro em suas casas está tendo um desempenho bem acima do desempenho que as contas nacionais e a maior parte dos economistas analisa”, disse o ministro, ao citar a valorização dos benefícios do Bolsa Família e da Previdência acima da inflação.

O programa de transferência de renda, que repassa recursos a famílias com renda per capita inferior a R$ 70 mensais, também atua de uma forma importante no combate à desigualdade.

Segundo os números, o custo-benefício de cada real gasto com o Bolsa Família impacta a desigualdade quase quatro vezes mais do que o benefício da Previdência Social.

“Uma das belezas do Bolsa Família é que ele tem um impacto social muito grande, gasta pouco e consegue efeito muito grande”, explica o professor Ellery.

Fonte: R7

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