O nível de emprego da indústria paulista caiu 0,73% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira (15) a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Na mesma base de comparação, na série sem ajuste sazonal, o Índice de Nível de Emprego subiu 0,35%.
Ao comparar abril de 2014 com o mesmo mês do ano passado, o nível de emprego caiu 2,59%. Já no acumulado do ano até abril, foi registrada alta de 1,11% no nível de emprego, com 28.500 contratações.
Em números absolutos, a indústria paulista teve um saldo de 9.000 contratações em abril ante março. Na comparação com abril de 2013, no entanto, a entidade registrou 69 mil demissões no mês passado. Dos 22 setores nos quais a Fiesp divide a indústria no Estado, oito contrataram, 11 demitiram e três permanecera estáveis em abril.
A criação de 9.000 empregos na indústria paulista não altera o cenário ruim do emprego para o setor neste ano, na avaliação do diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Paulo Francini.
— O setor sucroalcooleiro foi o responsável pela criação de vagas no mês passado ao contratar quase 11 mil empregados. Já a indústria de transformação fechou mais de 1.700 postos, o que reforça a previsão para um cenário ruim do emprego no setor este ano.
Segundo Francini, a situação do emprego na indústria continua ruim, com expectativa de fechamento de 40 mil vagas em 2014.
— O emprego industrial continua patinando. Não podemos nos deixar enganar por um número positivo: o setor de açúcar e álcool normalmente nessa fase do ano contrata, e nesse ano não foi diferente.
O diretor do Depecon ressaltou ainda que em 2014 até as contratações da indústria sucroalcooleira foram menores do que no ano passado.
Somente em abril, as usinas de açúcar e álcool contrataram 10.778 novos funcionários, enquanto a indústria de transformação demitiu 1.778.
— Portanto, o saldo de 9.000 empregos significa que outros setores perderam emprego.
Francini avaliou ainda que por conta da agenda de 2014, com Copa do Mundo e eleições presidenciais, não há a expectativa de que alguma medida expressiva possa ser tomada para incentivar a economia e a indústria.
— Não esperamos grandes novidades e há de ser um ano morno em termos de desempenho da indústria, que deve ter um desempenho medíocre.
Fonte: R7