“É prematuro fazermos revisões das projeções. Existem institutos que fazem projeções todas as semanas, mas nós não podemos fazer isso. Examinaremos as condições da economia para ver se merece revisão”, afirmou. “Os dados que temos mostram que a atividade melhorou em abril e maio.”
Primeiro trimestre
Mantega afirmou que ele e sua equipe esperavam que a expansão do PIB no primeiro trimestre viesse entre 0,2% e 0,3% - estimativa, portanto, em linha com o resultado de 0,2% ante o quarto trimestre do ano passado divulgado hoje pelo IBGE. Foi um resultado esperado, assim “como o previsto pela maioria do mercado.”
O subsetor que mais o surpreendeu foi o de comunicações, que registrou queda de 5%. “Achávamos que deveria ter crescido. Comunicações vem crescendo forte, cresceu 5% ano passado e certamente vai continuar crescendo neste ano. Pontualmente caiu no primeiro trimestre, mas vai se recuperar.”
Segundo trimestre
Mantega ponderou que se os Estados Unidos tiverem um desempenho melhor no segundo trimestre isso terá influência sobre a economia global e, consequentemente, sobre o Brasil. Ele ainda ressaltou que, apesar da queda de 2,1% nos investimentos no primeiro trimestre, em relação ao anterior, não é correto afirmar que ele estão caindo. “No ano passado, os investimentos cresceram 5,2%. Tivemos um trimestre negativo, mas foi só o primeiro trimestre. Temos que olhar os próximos”, disse, acrescentando que as concessões estão se traduzindo em aumento de investimentos.
Além disso, ele destacou que o BNDES está liberando financiamentos “em ritmo normal” e, portanto, é de se esperar uma retomada dos investimentos no segundo trimestre. Mantega, porém, ressaltou que o governo não pretende dar estímulos adicionais aos investimentos. “Já há bastante estímulo, com crédito barato. Precisamos de consumo para estimular investimentos”, afirmou.
Eleições
Ele admitiu que as eleições devem trazer “algum fator perturbador” à economia, mas que o país evoluiu muito nos últimos anos no sentido de enfrentar eventuais adversidades que ocorrem nesse período. Para o ministro, a atividade segue com fundamento sólido e “um ou outro empresário” deve adiar investimentos no país para esperar o resultado das urnas.
“Seguimos atraindo fortemente investimento externo e, com isso, a tendência é que o fator perturbador à economia que as eleições sempre trazem seja minimizado. No passado, quando havia eleições, o que se via era fuga de capitais e crise cambial, digamos. O Brasil consolidou suas instituições e os fundamentos econômicos, o que trouxe mais segurança aos investidores”, disse em coletiva realizada em São Paulo.
Para Mantega, mesmo com mudanças na política do país, o essencial é permanece a “manutenção da solidez e a atratividade da economia.”
Fonte: Valor Econômico