Ontem, o ministro Guido Mantega disse que o aumento do IPI sobre veículos, dependerá da situação do setor automotivo antes da recomposição do tributo sobre o setor entrar em vigor. “O aumento poderá ser pequeno ou não, vamos avaliar a situação do mercado", disse.
O setor automotivo atravessa fase de vendas fracas mesmo com o IPI em nível baixo. Em maio, a comercialização de veículos novos no país recuou 7,2% na comparação anual, com os lojistas apostando em queda de mais de 3% no ano de 2014, informou na terça-feira a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias. Na ocasião, o presidente da Fenabrave, Flávio Meneguetti, afirmou que nas últimas reuniões com o governo as explicações para a não prorrogação dos incentivos foram "bem enfáticas".
Mesmo preocupado com a possibilidade de demissões, o governo não deverá anunciar medidas de estímulo ao setor automotivo, garante Mantega. "Estamos estudando maneira de melhorar o crédito para o setor, mas não é certo que teremos essa medida. O setor tem que andar com as próprias pernas."
Ontem, uma fonte do governo ligada à área econômica garantiu que já foram engavetadas as medidas de estímulos para destravar o crédito ao financiamento de veículos.
Sabe-se que o Banco Central (BC) deverá aprovar a liberação direcionada de compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a depositar na instituição) para um fundo que comprará carteira de veículos dos bancos das montadoras. Também deverá ser aprovada a redução da exigência de capital por parte das instituições financeiras, à medida que o cliente for pagando as prestações.
O governo trabalhava com a ideia de criar um fundo garantidor de crédito para cobrir a inadimplência e incentivar os bancos a reabrirem as linhas de crédito, em condições mais facilitadas (entrada menor e maior prazo de pagamento). Mas como as instituições teriam que aportar recursos nesse fundo e assim, abrir mão de parte do lucro, a proposta não avançou.
Fonte: Diário do Comércio - SP