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Mão de obra ainda é entrave para comércio e serviços

Porta de entrada para o mercado de trabalho, setores sofrem com baixa qualificação e alta rotatividade

20/06/2014 16:41

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Mão de obra ainda é entrave para comércio e serviços

Para os empresários paranaenses do comércio de bens, serviços e turismo, a mão de obra não qualificada é a terceira principal dificuldade para enfrentar a concorrência, atrás apenas da elevada carga tributária e da falta de capital de giro. O índice aparece na Pesquisa de Opinião do Empresário, feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomercio/PR) no primeiro semestre. Dirigentes e empresários ouvidos pela FOLHA são unânimes em dizer que a baixa qualificação limita o crescimento do setor, pois gera mau atendimento e, consequentemente, descontentamento dos consumidores. 

"Quando tivermos pessoas qualificadas, vai melhorar o atendimento e ter serviço mais qualificado; isso tudo ajuda a melhorar as vendas", afirma Darci Piana, presidente da Fecomercio/PR. Para Piana, o problema tem origem no alto número de empregos gerados pelos dois setores: mais de 1,8 milhões em todo o Estado, o que ocasiona uma rotatividade muito grande, especialmente no setor 

supermercadista. 

"O jovem busca um trabalho e começa com salário bastante reduzido; qualquer R$ 50 a mais que ele tiver de oferta, ele sai", diz Piana. Segundo o presidente, por um salário melhor o funcionário não hesita em abandonar, inclusive, a qualificação que estiver recebendo no estabelecimento. 

O diretor da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Marcelo Ontivero, classifica como "inadmissível" perder um cliente por mau atendimento, no entanto, diz ser difícil manter a motivação dos funcionários. "Atendimento bom é obrigação, porque hoje existem muitos canais de compra, incluindo a internet. Temos que ter sempre pessoas que trabalham com alegria e desprendimento", defende. 

Segundo Ontivero, a grande rotatividade acontece em virtude dos salários e, principalmente, entre os jovens, que também priorizam a ascensão profissional. Na opinião dele, treinamentos e um setor de gestão de pessoas disposto a escutar os trabalhadores são formas de motivar e reter funcionários. 

"As equipes de vendas têm que conhecer o produto, senão passam a impressão de mau atendimento pela insegurança. Tem também a discriminação, quando uma pessoa entra procurando um produto de menor valor e um vendedor passa para o outro, por querer fazer venda de maior valor agregado", aponta Ontivero. Segundo o empresário, combater essas práticas e também investir no pós-venda ampliam a sensação de satisfação do cliente.

Enfrentamento

O problema vem sendo combatido pelos empresários ao longo dos anos por meio dos cursos e oficinas do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Só no ano passado, foram 130 mil qualificações no Estado, sendo 23 mil custeadas pelos empresários e outras 19 mil por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), do governo federal. 

"Temos parceria com prefeituras, associações comerciais e promovemos o Senac na Empresa. Eu não conheço nenhuma pessoa que tenha feito curso do Senac e esteja desempregada", diz Piana. O presidente diz que os trabalhadores qualificados compõem um banco de dados acessível aos empresários, para facilitar a contratação mais adequada.

Fonte: Folha de Londrina – PR

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