Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as taxas de juros anuais das linhas crédito para pessoas físicas avançaram de 88,47% para 101,98%, no período de março de 2013 a junho deste ano, uma variação de 15,27%. Já a variação mensal foi de 5,42%, em março do ano passado, a 6,03%, em junho deste ano, um aumento de 11,25%.
Para Andrew Storfer, diretor executivo da Anefac, os juros do mercado já absolveram os últimos aumentos da Selic. "Acredito que agora atingimos um patamar de acomodação. A tendência é entrar em um processo de estabilização", prevê.
Pela décima terceira vez seguida, as taxas de juros das operações de crédito avançaram. Segundo pesquisa da Anefac, a variação da taxa média mensal para pessoa física em junho aumentou 0,05 ponto percentual, em relação a maio (5,98%), e ficou em 6,03% no último mês. Para pessoa jurídica, houve alta de 0,03 ponto percentual, passando de 3,41% para 3,44% em junho. Essa é a maior taxa média de juros para empresas desde julho de 2012.
Segundo Storfer, essas variações não foram pautadas somente pelos altos índices da Selic. "Se pegarmos como parâmetro o spread bancário, principalmente, vemos como as taxas de juros estão extremamente altas. Porém, elas não são influenciadas apenas pela taxa básica de juros, mas também pelos custos administrativos, tributos e riscos envolvidos. Portanto, existem outros aspectos que influenciam suas variações", diz.
O especialista atribui as elevações sofridas pelas taxas de juros para crédito nos últimos meses ao aumento da inadimplência e ao cenário econômico nacional com expectativa de piora nos índices de inflação e de crescimento econômico. "Mesmo com a estabilização dessas taxas nos próximos meses, o consumidor continua sofrendo, pois o PIB está crescendo pouco e a inflação crescendo muito. A tendência é de que renda cresça menos do que todos custos que estão se somando a ela, ou seja, a inflação está comendo a renda disponível do consumidor. Por isso se forma uma bola de neve em suas dívidas", afirma.
Fonte: Brasil Econômico