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Micro e pequenas empresas paulistas têm o pior primeiro semestre desde 2009

O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo aumentou apenas 0,8% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2013 (já descontada a inflação).

18/08/2014 16:13

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Micro e pequenas empresas paulistas têm o pior primeiro semestre desde 2009

Foram os primeiros seis meses mais fracos de um ano para as MPEs paulistas desde 2009, época em que se sentiam os efeitos da crise financeira internacional. O resultado evidencia forte desaceleração no ritmo de crescimento da receita das MPEs paulistas. 

A receita total das MPEs no semestre foi de R$ 285,4 bilhões, R$ 2,4 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado. A receita registrada em junho ficou em R$ 45 bilhões, 1,9% menor do que no mesmo mês de 2013. Os dados são da pesquisa de conjuntura Indicadores Sebrae-SP.

A desaceleração da atividade econômica - com inflação elevada, salários com aumentos reais (já descontada a inflação) menores e piora na confiança dos empresários e consumidores - tem afetado as receitas das MPEs.

“Sem dúvida, o desempenho modesto da economia prejudicou os resultados das micro e pequenas empresas no semestre”, afirma o diretor técnico do Sebrae-SP, Ivan Hussni. Ele ressalta também os efeitos da Copa do Mundo nos pequenos negócios. “Com os jogos do Mundial, houve uma diminuição do número de dias úteis em junho e os reflexos foram sentidos principalmente na indústria e no comércio”, diz.

Por setores, o faturamento da indústria no semestre caiu 2,9% ante os primeiros seis meses de 2013 e a receita do comércio recuou 1,9%. Serviços apresentaram alta de 5,5% no faturamento na mesma comparação. 

Na análise por regiões, as MPEs do interior do Estado registraram elevação de 2,6% no faturamento no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013. O município de São Paulo teve alta de 2,1%. Já o Grande ABC apresentou queda de 10,2% na receita e a Região Metropolitana de São Paulo, baixa de 0,9%.

“No Grande ABC, há uma concentração relativa de indústrias dos setores automobilísticos e de autopeças que movimentam toda uma cadeia de fornecedores com presença de MPEs, porém o fraco desempenho do setor afetou diretamente os pequenos negócios”, explica o coordenador de pesquisas do Sebrae-SP, Marcelo Moreira. 

No semestre, o pessoal ocupado nas MPEs, que inclui sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados, sofreu uma variação de -0,2% no confronto com igual período do ano passado. Na mesma base de comparação, o rendimento real dos empregados teve variação positiva de 0,1%, ou seja, ficaram praticamente estáveis. O gasto total com salários das MPEs paulistas registrou elevação de 1,4%.

Expectativas

Em julho, a maior parte dos donos de MPEs paulistas (59%) disse esperar estabilidade para o faturamento da empresa nos próximos seis meses. Nesse aspecto houve um avanço ante julho de 2013, quando 55% tinham essa expectativa. A parcela dos que esperam melhora não mudou de julho do ano passado para o mesmo mês deste ano (26%). Já os que aguardam piora eram 8% em 2013 e agora caíram para 6%. 

Com relação à economia brasileira, 51% dos empresários entrevistados afirmaram em julho esperar estabilidade, um aumento de dois pontos porcentuais na comparação com julho de 2013. O grupo dos que aguardam piora permaneceu praticamente estável: eram 21% no ano passado e um ano depois são 22%. A parcela de empresários que acredita em melhora também se manteve próxima: 19% em julho deste ano e 21% em igual mês de 2013.

“A expectativa é que no segundo semestre haja uma melhora na economia do País, impulsionada pelas vendas de Natal e algum alívio na inflação”, afirma Moreira. “Mas não dá para alimentar grandes esperanças de recuperação dos setores de bens duráveis, que inclui eletrodomésticos e móveis, automóveis e autopeças, o que é ruim para as MPEs”, destaca ele. “Com a economia brasileira crescendo pouco, as MPEs terão dificuldade de obter resultados muito melhores, já que o mercado interno é o principal pilar de sustentação delas”, diz.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP é realizada mensalmente, com apoio da Fundação Seade. São entrevistados 2.716 proprietários de MPEs do Estado de São Paulo por mês. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.

Fonte: SEBRAE SP

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