Há pouco mais de uma década, empresas de diferentes setores, em todo o mundo, começaram a se preocupar com o legado que deixarão para a sociedade e a pensar em maneiras de retornar para as comunidades os frutos que colheu com o bom desenvolvimento dos seus negócios.
Uma ação voluntária pode ter vários focos: doação financeira ou de recursos, doação do tempo dos colaboradores da empresa em projetos que beneficiarão o governo, empresas privadas ou OSCs (Organizações da Sociedade Civil). E é graças ao voluntariado que sobrevivem muitas ONGs, as organizações não governamentais que compõem o Terceiro Setor. É o voluntariado que supri, muitas vezes, a falta de investimentos governamentais em educação, saúde e lazer.
Muitas pessoas gostariam de doar mais e de forma contínua, mas infelizmente ainda existe receio em relação à aplicação dos recursos. “Eles serão mesmo utilizados em prol dos objetivos sociais da entidade? O recurso ajudará quem realmente precisa?” Existe a vontade de ajudar, porém há também uma descrença muito grande na ética e responsabilidade de quem administra os recursos.
Em matéria publicada no jornal Folha de S. Paulo, em 9 de dezembro de 2013, a pesquisa “World Giving Index 2013 – Uma visão global das tendências de doação” mostrou que o Brasil, em cinco anos, caiu 37 posições no ranking dos países mais solidários. Mesmo com a elevação de renda da população no período, as “doações”, o “trabalho voluntário” e a “ajuda ao próximo” – itens avaliados na pesquisa – diminuíram, o que não aconteceu em outros países também avaliados.
Jovens em início de carreira podem contribuir com a melhoria deste cenário. Que tal realizar atividades voluntárias em sua área de atuação para adquirir a experiência necessária para o seu crescimento no mundo dos negócios? As instituições de ensino também poderiam (algumas já fazem isso) contemplar em suas grades o cumprimento de horas de atividades complementares por meio do trabalho voluntário.
No dia do voluntariado, fica o desejo de que pessoas e empresas se sensibilizem e adotem cada vez mais a cultura de doação e que, paralelamente a esse crescimento, as entidades assistenciais se organizem e pratiquem a prestação de contas. Profissionais da Contabilidade voluntários, integrantes do PVCC (Programa de Voluntariado da Classe Contábil) podem, inclusive, ajudar as organizações nesse processo de transparência e disciplina. O resultado será o ganho de credibilidade, adeptos voluntários e doações.
A realização do trabalho voluntário efetivo trará e despertará, com certeza, o desenvolvimento de uma sociedade que clama por justiça social.
Gildo Freire de Araújo
Vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSP e coordenador estadual do PVCC (Programa de Voluntariado da Classe Contábil)
Fonte: Assessoria de Imprensa CRCSP