x

Eleição traz de volta promessa de reforma tributária

Nos debates, entidades cobram dos presidenciáveis propostas para simplificar a tributação, baixar a inflação e solucionar baixo crescimento do Brasil. No debate, reforma tributária foi tema de destaque.

30/09/2014 08:29

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Eleição traz de volta promessa de reforma tributária

Eleição traz de volta promessa de reforma tributária
Em debate realizado ontem em São Paulo, associações do setor financeiro, comercial e Organizações Não-Governamentais (ONGs) de combate à corrupção eleitoral cobraram da equipe dos três principais presidenciáveis propostas para simplificar tributos, baixar a inflação e ainda solucionar o baixo crescimento do Brasil. A reforma tributária foi tema de destaque no debate.

"Queremos saber como ficará a situação econômica do País se um deles for eleito", afirmou Mario Ernesto Humberg, coordenador geral do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE). "O empresariado e a sociedade cobram providências para se obter uma reforma tributária e trabalhista. São questões que infernizam as empresas e impedem o crescimento do País", acrescentou.

Em resposta, os economistas Maurício Rands (do PSB de Marina Silva) e Wilson Brumer (do PSDB de Aécio Neves) se alinharam defendendo inflação no centro da meta, independência do Banco Central e revisão do pacto federativo – com maior autonomia a Estados e municípios. Os dois não pouparam críticas ao representante da candidatura do PT, o economista Rodrigo Sabbatini. "2015 será um ano difícil devido à má condução econômica do governo Dilma", afirmou Rands. "Sejamos realistas, muita coisa terá de ser ajustada depois desse governo, que parece ter fobia ao lucro e ao investimento", disse Brumer, que foi secretário do desenvolvimento de Aécio Neves em Minas. Já o petista Sabbatini responsabilizou a crise internacional e o fortalecimento da China pelo baixo crescimento econômico.

CONGRESSO

Aos empresários presentes, o economista tucano encurtou o prazo de seis meses estipulado por Aécio para entregar projeto de reforma tributária ao Congresso. "Não é preciso esperar tanto para apresentar a reforma, nada que meia dúzia de bons advogados e especialistas no assunto não resolvam", afirmou Brumer. Ele defendeu a simplificação de tributos para dar maior autonomia aos municípios e Estados. Já Rands manteve o que era dito por Eduardo Campos e prometeu que, no primeiro mês, Marina Silva e Beto Albuquerque simplificarão a carga de tributos. O economista do PT, Rodrigo Sabbatini, afirmou que a diminuição das alíquotas dos tributos por Dilma pode ser vista como o começo de uma reforma tributária. "Houve um esforço enorme de reforma tributária no tocante à redução de alíquotas. Diminuímos as alíquotas sem interferir na arrecadação."

Tema que causou grande embate entre os economistas, o controle da inflação, colocou Maurício Rands e Wilson Brumer de um lado e Sabbatini do outro. Os representantes do PSDB e PSB criticaram o governo de Dilma por "brincar" com a inflação. "Inflação é coisa muito séria, não podemos brincar com inflação", afirmou Rands complementado pelo tucano. "O atual governo se acostumou a extrapolar o teto da meta", afirmou Brumer, prometendo que Aécio colocará, se eleito, a inflação no centro da meta.

AMIGOS

Muito amigáveis um com o outro, Rands e Brumer trocaram afagos. Rands chamou o tucano de "grande amigo", que, por sua vez, o chamou de "companheiro de vários carnavais". Em contrapartida, o representante do programa do PSB errou o nome do economista petista. "É um prazer estar com Ricardo. Ah, me desculpe é Rodrigo, o da Unicamp." Depois, Sabbatini, com tom de voz elevado, rebateu: "Não sou político, sou apenas professor de economia e tenho um grande orgulho da minha universidade."

SOBROU PARA O PT: CORRUPÇÃO E TERRORISMO

Coordenadores da campanha do PSDB e do PSB criticaram ontem o posicionamento da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, sobre os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras. Ao ser questionada no domingo, durante debate na Record, sobre as denúncias, Dilma afirmou que foi ela quem demitiu o então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa. Costa foi preso pela Polícia Federal acusado de desviar recursos da Petrobras para políticos e empresas, e apontou ligação entre a campanha de Dilma o doleiro Alberto Youssef. "Ela diz que demitiu, mas conviveu com ele por todo esse tempo", afirmou um dos coordenadores de Marina Silva, Maurício Rands. O economista tucano, Wilson Brumer, disse que Dilma não "reconhece os erros".
 
ESTADO ISLÂMICO

A proposta de Dilma de dialogar com os terroristas do Estado Islâmico (EI), feita na semana passada na ONU, suscitou críticas dos rivais. Nas últimas semanas, o grupo jihadista degolou jornalistas e civis no Iraque e na Síria. No último domingo, o vice de Marina Silva na chapa do PSB, Beto Albuquerque, afirmou que a proposta de Dilma não faz parte da postura da política externa brasileira. "Nós vamos nos relacionar com os países que sejam democráticos, não temos interesse nenhum em dialogar com terroristas", disse ele.
 
 Por Victória Brotto

Fonte: Diário do Comércio - SP

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.