x

Os sinais de que sua ideia não tem mercado

Para entrar no jogo, o empreendedor precisará de um produto ou serviço, ainda que na versão beta

10/10/2014 11:02

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Os sinais de que sua ideia não tem mercado

Imagine só um veículo pessoal sobre duas rodas que promete ser uma alternativa mais rápida para você chegar ao seu destino e que, de quebra, soluciona o problema da poluição e do congestionamento nas grandes cidades.

Imagine também John Doerr, o lendário investidor da Amazon, Sun e Google, dizendo que as vendas deste veículo baterão a marca de US$ 1 bilhão mais rápido do que qualquer outra empresa na história. Imagine executivos da FedEx e Amazon falando maravilhas sobre a invenção e o Correio dos Estados Unidos querendo colocar 20% de seus carteiros entregando correspondência em cima destes veículos antes mesmo deles serem lançados.

Passaria pela sua cabeça que o Segway poderia não ter mercado? Afinal, este revolucionário scooter criado pelo inventor serial Dean Kamen custou US$ 100 milhões para ser desenvolvido. Segundo as previsões de Kamen, a empresa produziria 10.000 Segways por semana, em 2002. 

O Segway pesava 80 quilos, custava mais de US$ 3.000 (chegando a US$ 7.000 para alguns modelos) e dificilmente alguém conseguia pilotá-lo com segurança sem fazer um treinamento prévio. Em alguns países, o Segway foi classificado como veículo para uso em estradas, exigindo licenciamento e carteira de motorista para quem quisesse conduzi-lo. De 2001 a 2007, a empresa vendeu apenas 30.000 unidades. Será que Kamen e Doerr não prestaram atenção aos sinais de que a sua ideia de negócio não teria mercado? Alguns experimentos prévios poderiam ter feito uma grande diferença.

Não existe mercado para uma ideia. Para entrar no jogo, o empreendedor precisará de um produto ou serviço, ainda que na versão beta. E você só saberá com certeza se existe mercado para o seu produto na hora que colocá-lo à venda. Até lá, a única coisa que terá são suposições que precisarão ser validadas pelo laboratório do mercado.

Dá até para dizer que a grande contribuição do empreendedor para economia é testar hipóteses sobre modelos de negócio, assim como um cientista faz com as leis da natureza. Isso significa que o empreendedor deverá criar experimentos para validar, pouco a pouco, as premissas que embasam seu modelo de negócio. Desta forma, ele irá descobrindo aquilo que funciona e melhorando aquilo que não funciona. O segredo é seguir fazendo pequenos experimentos e validando, pouco a pouco, as premissas do modelo de negócio.

Quando um experimento dá errado é importante não tirar conclusões precipitadas já que uma série de coisas podem ter acontecido que não têm nenhuma relação com o fato de existir mercado ou não para o produto. Dica: conduza vários experimentos, colete informações e analise os resultados no seu conjunto para validar as premissas básicas do seu negócio.

Vinicius Licks é Coordenador da Graduação em Engenharia Mecatrônica e especialista em empreendedorismo do Insper.

Fonte: Exame.com

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.