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Simples será ampliado e empresas têm até 30 de janeiro para aderir

Programa pode representar economia de até 40% e facilita pagamento de oito tributos

15/12/2014 11:16

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Simples será ampliado e empresas têm até 30 de janeiro para aderir

Empreendedores que fazem malabarismo todos os meses para pagar impostos, taxas e contribuições podem ter um presente de fim de ano à sua espera. Até 30 de janeiro, empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões podem se inscrever no Simples Nacional, também chamado Supersimples, que será ampliado para 142 categorias em 2015.

Criado em 2006, o programa possibilita o pagamento de até oito tributos federais em apenas uma guia, um alívio na burocracia. Para muitos, pode representar também uma mordida mais suave: o Sebrae estima que a redução de impostos possa chegar a 40% para alguns setores.

– Para negócios que geram muito emprego, como o comércio varejista e empresas de construção civil, costuma valer a pena, pois o benefício é maior para quem tem folha de pagamento grande – afirma Lino Bernardo Dutra, diretor do escritório de contabilidade Aupercon.

A maior parte das categorias que serão incluídas no Simples, como médicos, jornalistas, publicitários, veterinários e arquitetos, pagarão alíquotas entre 16,93% a 22,45%. Esse percentual varia conforme o faturamento e o tipo de atividade. Não chega a ser tão vantajoso quanto para quem já estava no Simples, com tributos a partir de 4,5% do faturamento. Por isso, recomenda- se avaliar caso a caso antes de aderir ao programa.

– Algumas empresas que trabalham com lucro presumido podem fazer melhor negócio se não migrarem para o Simples. Por isso, é melhor pensar bem, senão o empresário pode passar o ano em um regime que irá onerá-lo ainda mais – aponta Evanir Aguiar dos Santos, diretor da Fortus Consultoria Contábil.

É importante destacar que o Simples Nacional contempla apenas tributos federais. O empresário terá de continuar pagando os impostos estaduais e municipais em separado. Diferentemente do setor de serviços, as regras para indústria e comércio são padronizadas, o que facilita a previsão de pagamento de imposto.

Principais mudanças

-Em agosto, a presidente Dilma Rousseff sancionou lei que universaliza o Simples, contemplando mais 142 categorias.

-O texto estabelece como critério de adesão o porte e o faturamento da empresa, em vez da atividade.

-Assim, médicos, advogados, arquitetos, corretores, jornalistas e diversos outros profissionais, principalmente do setor de serviços, poderão aderir ao regime.

-Regras começam a valer em 1º de janeiro de 2015 e podem beneficiar mais de 450 mil empreendimentos.

-Empresas interessadas devem se inscrever até 30 de janeiro, sem custo, pelo site www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional

SIMULAÇÕES

Para saber se vale a pena migrar ao Simples, é preciso avaliar o tipo de empresa, o número de empregados e o faturamento. Confira dois exemplos:

CASO 1

Empresa de vigilância com faturamento mensal de R$ 100 mil e 40 funcionários

Quanto paga hoje

 

PIS 0,65% R$ 650
COFINS 3% R$ 3.000
ISSQN  5% R$ 5.000 
CSLL 2,88% R$ 2.880
Imposto de Renda 4,80% R$ 4.800
INSS 28% dos salários R$ 15.680
Total dos impostos 32% R$ 32.010

 

Quanto pagará se migrar para o Simples Nacional (enquadrada na categoria 4)

 

Impostos federais 10,2% R$ 10.200
ISSQN  4,26% R$ 4.260
Total 14,4% R$ 14.460

 

 

 

Conclusão: Vale a pena mudar.

CASO 2

Clínica odontológica com faturamento mensal de R$ 40 mil e três funcionários

Quanto paga hoje

 

PIS  0,65% R$ 260
COFINS 3% R$ 1.200
ISSQN 5% R$ 2.000
CSLL 2,88% R$ 1.152
Imposto de Renda 4,8% R$ 1.920
INSS 28% dos salários R$ 1.680
Total de impostos 20,53% R$ 8.212

 

 

 

 

 

 

Quanto pagará se migrar para o Simples Nacional (enquadrada na categoria 6)

Impostos federais  18,43%  R$ 7.372
ISSQN 3,50% R$ 1.400
Total  21,92% R$ 8.770

 

  

Conclusão: Não vale a pena mudar.

Categorias e benefícios

Indústria: alíquotas de 4,5% a 12,11%

Comércio: alíquotas de 4% a 11,61%

Serviços (quatro categorias)

Tabela 3: empresas de fisioterapia, corretagem de seguros, estabelecimentos de ensino, agências de turismo, lotéricas, empresas de manutenção, transportadores, contadores e produtores audiovisuais. Alíquotas de 6% a 17,42%

Tabela 4: empresas advocatícias, de construção civil, decoração, paisagismo, vigilância, limpeza e conservação.Alíquotas de 4,5% a 16,85%

Tabela 5: empresas de locação de imóveis, academias de ginástica, laboratórios de análise, informática e programação. Alíquotas de 8% a 22,9%

Tabela 6: empresas da área da saúde, tradução, engenharia, arquitetura, agronomia, representação comercial, auditoria, consultoria de administração ou econômica, jornalismo e publicidade. Alíquotas de 16,93% a 22,45%

O que é o Simples?

-Sistema de tributação diferenciado para micro e pequenas empresas, que unifica oito impostos federais (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social) em um único boleto.

-Foi criado em 2006 e recebeu atualizações para contemplar mais categorias, que passaram a ser separadas em anexos. Cada anexo contempla atividades e alíquotas diferentes.

-Em alguns casos, pode reduzir a carga tributária em 40% em relação ao regime convencional. Em outros, aumenta o peso dos impostos.


Por Erik Farina

Fonte: Zero Hora - RS

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