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Levy afirma que o cenário é de dificuldades

Futuro titular da Fazenda revelou aos parlamentares que o governo terá que restringir os níveis de despesas públicas

17/12/2014 09:03

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Levy afirma que o cenário é de dificuldades

Os futuros ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, se reuniram, ontem, por cerca de três horas, com parlamentares do governo e da oposição no Congresso Nacional. Durante o encontro realizado a portas fechadas, Levy disse, segundo informaram alguns parlamentares, que será necessário fazer uma restrição de gastos públicos em 2015 e que o importante para o governo é fixar metas que sejam cumpridas de fato. 

Levy, conforme os parlamentares, ainda teria dito que, a partir de agora, “as regras serão fixadas e cumpridas”, em uma sinalização clara de que o governo abandonou a chamada contabilidade criativa. Na avaliação dos parlamentares, o futuro ministro não descartou o aumento de impostos, mas confirmou que um aumento excessivo pode acabar “matando a economia” e que recursos dessa natureza só deveriam ser usados como forma de aumentar a poupança pública, e não para custear gastos.  

O futuro ministro afirmou ainda que está afastado, por enquanto, o risco de haver um rebaixamento da avaliação do Brasil pelas agências internacionais e que isso melhora o cenário para a equipe econômica trabalhar. Durante o encontro, os dois integrantes da equipe econômica admitiram que o cenário é de dificuldades e que é preciso fazer todas as medidas para cumprir a meta do superávit primário fixada para 2015 de 1,2% do PIB. Em compensação, eles falaram aos congressistas que o País tem capacidade de recuperação rápida e, com as medidas certas e transparência, o Brasil tem potencial de voltar a crescer em 2016.

Os dois evitaram anunciar as medidas fiscais que serão adotadas, nem quiseram afirmar se haverá mesmo a correção da tabela do Imposto de Renda (IR), como prometeu a presidente Dilma Rousseff anteriormente e garantiram que não há uma equipe formal. 
“Tem que haver uma contenção de despesas e restrição de gastos. Temos que fixar as regras do jogo e segui-las”, disse Levy, segundo relatos de diferentes deputados, como Pauderney Avelino (DEM-AM) e Felipe Maia (DEM-RN).

Levy disse que uma das preocupações do governo é conter a dívida pública e ressaltou que havia o temor de que o Brasil fosse rebaixado pelas agências internacionais de avaliação de risco, afirmando que, se isso ocorresse, os juros de capitalização aumentariam. “Ele disse que o cenário seria de maior dificuldade e que o risco de rebaixamento está afastado por enquanto, o que dá mais tranquilidade ao governo”, acrescentou o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

No Senado, Tombini diz acreditar em inflação dentro da meta para o encerramento de 2014

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse, na tarde de ontem, que, no encerramento de 2014, será possível que a inflação fique abaixo do teto da meta, de 6,5% ao ano. Tombini mencionou o limite de 0,86% para a inflação de dezembro. Até esse patamar, a inflação medida pelo IPCA fecharia o ano abaixo do teto da meta, segundo cálculos do próprio IBGE. “Acreditamos que a inflação em dezembro será menor que isso e estaremos abaixo de 6,50%”, disse Tombini.

A afirmação foi feita, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.  Para Tombini, a inflação acumulada em 12 meses vai atingir seu pico no primeiro trimestre de 2015 e iniciará um longo período de declínio a partir do segundo trimestre do próximo ano. A fixação dessas datas foi uma das principais novidades no discurso de Tombini, que praticamente repetiu a apresentação feita na semana passada durante uma audiência pública, desta vez, na Comissão Mista de Orçamento. 

Na saída da audiência pública no Senado, quando o dólar se aproximava de R$ 2,75, Tombini disse aos jornalistas que manterá as intervenções diárias no câmbio a partir de 1 de janeiro de 2015, mas que pode haver alguns ajustes nos volumes atuais, de US$ 200 milhões em contratos que são vendidos diariamente.

“Os parâmetros do swap cambial para o começo de 2015 serão decididos nos próximos dias. Eles podem ser ajustados para o mínimo de US$ 50 milhões e máximo de US$ 200 milhões”, afirmou.

A fase atual do programa de operações de swap cambial - mecanismo equivalente à venda futura da moeda americana - estava programada para terminar no fim deste ano. Em funcionamento desde agosto de 2013, já foram ofertados pelo programa mais de US$ 100 bilhões, correspondentes a quase 30% das reservas internacionais do País. Os instrumentos, porém, são liquidados em reais. 

Tombini disse ainda que a instituição não será complacente com a inflação e fará o que for necessário para que a inflação retome o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta de 4,5% ao ano. “O horizonte de convergência com o qual trabalhamos se estende até o final de 2016”, reafirmou o presidente do BC. 

A inflação acumulada em 12 meses está em 6,56%, acima do limite de 6,50%, segundo dados do IPCA (índice oficial de inflação ao consumidor) até novembro. A expectativa no mercado financeiro é que chegue a quase 7%, já nos primeiros meses de 2015.

Presidente do BC admite que não será fácil entregar superávit de 1,2% do PIB no próximo ano 

Para o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, a atual situação econômica internacional “recomenda políticas adequadas” para enfrentar o cenário de crise. “É importante que tenhamos políticas bem ajustadas para enfrentar esse período.”

Tombini admitiu que não será fácil o governo cumprir a meta de economizar 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para o pagamento dos juros da dívida “em uma conjuntura que não é das mais benignas, para usar um eufemismo”. No entanto, segundo ele, a entrega desse superávit primário em 2015 ajudará a fortalecer a confiança dos consumidores e dos empresários. Tombini citou rapidamente a crise da Rússia, de onde os investidores estão fugindo por conta das sanções internacionais e de uma perspectiva cada vez mais sombria sobre a economia.

“Esse processo decorre de um movimento maior: a queda acentuada do preço do petróleo, que está refletindo em importantes países”, explicou. Segundo ele, a Rússia aumentou em quase sete pontos os juros na tentativa de estabilizar o rublo. 

De acordo com o presidente do BC, em momentos de crise como este, há um impacto em todos os países, assim como aconteceu quando o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) anunciou que iniciaria o plano de retirada dos estímulos à economia norte-americana.

Fonte: Jornal do Comercio

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