Após operar com instabilidade nesta sexta-feira (19), o dólar voltou a fechar em alta, depois de cair mais de 1% nos dois dias anteriores. A recuperação do rublo russo melhorava o humor dos investidores internacionais após uma semana de intensa volatilidade.
A moeda norte-americana subiu 0,09%, a R$ 2,6574. Assim, o dólar encerrou a semana com alta de 0,23%. No mês e no ano, há valorização acumulada 3,34% e 12,72%, respectivamente.
Investidores aguardam o detalhamento de como será a extensão do programa de intervenções diárias do Banco Central no câmbio no ano que vem. No início da semana, a derrocada do rublo e a contínua queda dos preços do petróleo – sintoma de fraqueza na recuperação global e excesso de oferta – impulsionaram o dólar.
"Tivemos muita volatilidade nos últimos dias. Parece que o mercado se acomodou", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Mas a aversão global a ativos de risco se reverteu após o Federal Reserve, banco central norte-americano, mostrar otimismo sobre a economia dos Estados Unidos e afirmar que será "paciente" para elevar os juros. A recuperação do da moeda da Rússia também melhorava o humor do mercado, após o governo da Rússia informar que está vendendo dólares das reservas e que espera que exportadores tragam mais divisas estrangeiras ao país.
Cenário interno
O rumo do câmbio brasileiro no curto prazo depende das medidas que serão anunciadas pela nova equipe econômica para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo no país. Além disso, detalhes sobre a extensão do programa de intervenção cambial do Banco Central brasileiro serão cruciais para definir as cotações do dólar.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, já disse que o programa - que atualmente consiste em leilões diários de até 4 mil swaps cambiais no valor de US$ 200 milhões - será estendido no ano que vem, mas poderá ser reduzido a até US$ 50 milhões por dia.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas rações diárias, com volume correspondente a US$ 195,5 milhões. Foram vendidos 500 contratos para 1º de setembro de 2015 e 3,5 mil para 1º de dezembro. O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Ao todo, já rolou cerca de 75% do lote total.
Fonte: Do G1, em São Paulo
