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Inflação pode subir em janeiro com ajustes na economia, diz Levy

Levy disse que o Banco Central continuará cuidando para que a inflação fique não somente abaixo do teto da meta até o final de 2015, mas também volte para o objetivo de não passar de 4,5% em 2016.

12/01/2015 08:06

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Inflação pode subir em janeiro com ajustes na economia, diz Levy

Inflação pode subir em janeiro com ajustes na economia, diz Levy

A inflação de janeiro deve ser um pouco mais alta que em alguns meses do ano passado, segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele participou de uma conversa com internautas na rede social Facebook nesta sexta-feira (9) e disse que uma das razões para a alta é que janeiro e fevereiro são meses em que, todos os anos, há mais reajustes, como escolas, IPTU e ônibus.

“Além disso, para a economia voltar a crescer, temos que fazer algumas arrumações e isso pode mexer em alguns preços. Os economistas chamam isso de mudança nos preços relativos e ela é importante para acomodar a economia em um novo caminho de crescimento”, disse Levy.

O ministro Levy informou a inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgada nesta sexta, que “ficou dentro do combinado”. A inflação do IPCA em 2014 foi de 6,41%, abaixo do teto da meta, de 6,5%.

Levy disse que o Banco Central continuará cuidando para que a inflação fique não somente abaixo do teto da meta até o final de 2015, mas também volte para o objetivo de não passar de 4,5% em 2016.

“Esse valor de 4,5% é a chamada meta da inflação, que é muito importante para as pessoas terem confiança e a economia crescer. E, deixa eu dizer também que para a gente segurar a inflação é preciso que o governo não gaste demais. Se a gente fizer isso agora, vamos poder ter a inflação caindo no ano que vem”, disse Levy.

Levy durante momento do bate-papo
(Foto: Reprodução/Facebook Portal Brasil)

Geração de empregos
Questionado por um internauta sobre o que esperar da geração de emprego daqui a 4 anos, Levy respondeu que é possível esperar um Brasil mais competitivo, que vai conseguir ter uma presença maior no mundo, com empregos melhores.

O ministro citou organização das contas, estímulo à concorrência para ter mais opções na hora de comprar e firmas mais eficientes e mais capazes. “Aí, você vai poder comprar mais barato. Daí que toda a economia fica mais eficiente, mais competitiva e dá para, inclusive, conquistar mercados lá fora”, disse Levy.

“Esse Brasil batalhador é o que a gente pode esperar para crescer e ter mais emprego de qualidade”, disse o ministro Joaquim Levy.

Ajustes

  • De acordo com Levy, é importante fortalecer a convicção de que o governo não pode gastar mais do que arrecada. “Que se as despesas crescerem e a gente se endividar, ou ficar aumentando imposto, vai ser mais difícil a economia melhorar. Se você conversar isso com seu colega de trabalho, em alguma hora, também com seus amigos, isso vai ajudar a gente a fazer as mudanças juntos.”

A última pergunta respondida por Levy foi de um internauta sobre se haverá aumento de impostos. “A gente provavelmente terá que pensar em rebalancear alguns impostos, até porque alguns foram reduzidos há algum tempo. E essa receita está fazendo falta. Mas, se houver alguma mudança, vai ser com cuidado e depois de a gente esgotar outras possibilidades.”

“Estamos no caminho certo, e dessa vez a gente está tentando acertar as coisas bem antes de estar numa crise. Como diz um amigo meu, estamos podendo consertar o telhado em dia de sol”, finalizou Levy.

Benefícios
Outro internauta citou as mudanças nas regras dos benefícios do trabalhador (em dezembro, o governo anunciou regras mais rigorsas para as concessões) e questionou a meta de economia para este ano e onde haverá outros cortes. Segundo Levy, as medidas adotadas são para evitar algumas distorções, como é o caso de limitar o recebimento de pensão por morte de cônjuge.

Levy citou ainda que o governo diminuiu o volume de empréstimos com juros baratos para algumas empresas. “Empréstimo barato também é pago pelo contribuinte e tem que ser dado só em situações muito especiais. O governo também mostrou, ontem, que está cortando nas suas próprias despesas. Aquelas despesas que se chamam de “custeio”, que é para pagar principalmente a máquina do governo.”

De acordo com o ministro da Fazenda, o objetivo dos cortes é limitar esse tipo de despesa para, com essa economia, ter dinheiro para pagar a Previdência Social e os benefícios que o governo tem a obrigação de pagar em dia.

‘Ninguém come de graça’
Outro internauta perguntou se o ministro se considerava um "chicago boy". Levy, que foi aluno da universidade, disse que a pergunta era “divertida” e explicou que essa expressão remonta à década de 70, quando alguns economistas da Universidade de Chicago fizeram algumas reformas que deram muito certo e outras nem tanto.

A escola de economia da universidade é tida como "liberal", ou seja, defende o mínimo de interferência do governo na economia.

Levy disse que muita coisa mudou desde aquela época. E lembrou de uma frase de um professor que ficou muito conhecida: “Ninguém come realmente de graça”. “A gente sabe que quando alguém passeia ou faz alguma coisa sem pagar, outra pessoa está pagando. Então, essa frase é importante para quem está no governo. Tudo que o governo ‘dá’ é pago pelo contribuinte", disse Levy.

"Então, a gente tem que ter muito cuidado em como usa o dinheiro, para garantir que as pessoas certas, às quais a lei dá o direito, serem as que receberão os benefícios que precisam. Enfim, boas ideias em economia vêm de vários lugares, e a gente tem que estar sempre atento para analisar e adotar as melhores", disse.

Fonte: G1 Economia

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