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Melhoram condições para parcerias entre pequenas empresas e governo

Os novos ministros já afirmaram que irão tentar ampliar a relação com o setor privado de modo a não só elevar os investimentos em seus negócios, como também a estabelecer mais diálogos

14/01/2015 08:51

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Melhoram condições para parcerias entre pequenas empresas e governo

São Paulo - Especialistas dizem que as perspectivas para investimentos privados em obras ou serviços públicos são interessantes no ano, principalmente para as pequenas empresas, ainda mais com os escândalos na Petrobras que abrem espaço para novas negociações.

Os novos ministros já afirmaram que irão tentar ampliar o diálogo com a iniciativa privada de modo a não só elevar os investimentos em seus negócios, como também em estabelecer uma parceria entre os dois setores.

Eduardo Braga que assumiu o Ministério de Minas e Energia, por exemplo, destacou em discurso de posse a importância da negociação entre governo e iniciativa privada. "Quero manter um diálogo construtivo com os representantes do setor privado, em especial os investidores, com o propósito de construir um ambiente propício aos investimentos. Precisamos valorizar cada vez mais a parceria entre o governo e os empresários."

O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou também que irá criar todas as condições para que o empresário possa investir, assim como a população volte a consumir, como no caso do realinhamento dos preços relativos (comparação entre dois produtos) e administrados (são aqueles controlados pelos governos).

Para Ana Vecchi, diretora da consultoria Vecchi Ancona Inteligência Estratégica, como "já se sabe o tamanho do problema" é mais fácil definir quais os ajustes fiscais deverão ser feitos e quais medidas podem ser tomadas para aumentar a credibilidade dos investidores e empresários. "2014 foi um ano anunciado, principalmente por conta das eleições. Este ano, a tendência é de melhora", afirma.

A especialista aponta os setores de transportes e logística como uma oportunidade de negócios para 2015.

Vantagem

Camillo Giamundo, especialista em direito público e administrativo do Edgard Leite Advogados, entende que é "sempre" interessante para o empresário participar de operações públicas. "No Brasil, ainda existe muito a ser feito. Não existe um trem que vá do Rio de Janeiro para São Paulo. Além disso, é algo importante para o portfólio", disse.

Na visão dele, esses benefícios são ainda mais expressivos para os pequenos negócios. "Ao participar de uma obra, por meio de parcerias com uma grande companhia, a pequena empresa adquire experiência e visibilidade. Em uma segunda oportunidade ela consegue ou fazer sozinha, em um empreendimento menor, ou se juntar com outras pequenas. No médio prazo, há casos de que sozinha consegue desenvolver um projeto de médio porte", explica.

A agência de turismo Blue Gate é um desses casos em que a participação em operações públicas foi vantajosa para o desenvolvimento de seu negócio. "Há três anos, temos contrato para fornecimento de passagens aéreas para o Metrô [de São Paulo] e há um ano para a CPTM. Os contratos foram uma estratégia fundamental para o crescimento da minha empresa, no sentido de dar credibilidade ao portfólio", afirma o diretor-geral da companhia, Sérgio Olivetti.

Segundo ele, desde que foi estabelecida a parceria com o metrô, e com o aumento do número de clientes, o quadro de funcionários da agência subiu de cinco pessoas para 12, e a expectativa é de mais seis.

Cuidado

Porém, o executivo e especialistas afirmam que não só depende do governo reduzir a burocracia nos processos, como também o empresário fazer um planejamento, de modo a verificar o histórico do órgão em que irá prestar o serviço. "Se a empresa é pequena, e o órgão atrasa o pagamento e não tem caixa para compensar, por mais que o governo pague com juros, a empresa ficará devendo para outros fornecedores, o que continua a prejudicar o caixa", alerta Olivetti.

Giamundo explica, por outro lado, que a entrada em vigor da lei anticorrupção fez com que as empresas pensassem em melhorar sua gestão e não aceitar qualquer tipo de contrato com o setor público.

Por: Fernanda Bompan

Fonte: DCI

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