Conforme Selma Arruda, a detenção dos envolvidos garante que todos sejam inqueridos simultaneamente, “sem tempo para criação de teses, ocultação de provas, aliciamento de testemunhas, ou outros ardis que dificultem a coleta de provas pela autoridade policial”. A operação é conduzida pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários da Capital (Defaz) e investiga um suposto esquema que teria desviado R$ 85 milhões da Conta Única do Estado, por meio do sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco do Brasil, o BBPag.
Até o momento, 30 pessoas já foram detidas em Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Quatro investigados estão foragidos e sete dos detidos já prestaram depoimento à delegada Cleibe Aparecida de Paula. Consta na decisão que os fatos investigados caracterizam, em tese, crimes contra administração pública (peculato), falsidade ideológica, extravio de documentos públicos e formação de quadrilha – todos punidos com a pena de reclusão.
Segundo Selma Arruda, a probabilidade de que os investigados tenham efetivamente participado de tais crimes “é bastante alta, diante dos elementos até agora alavancados aos autos”. De acordo com a decisão, o esquema fraudulento teria sido perpetrado por uma extensa rede de pessoas, dentre elas servidores públicos e empresários, que teriam meios para “burlar as investigações e promover o desfazimento das provas necessárias”.
O dinheiro desviado teria sido usado por gestores, funcionários e familiares das pessoas jurídicas para a compra de imóveis, empresas, veículos e viagens. Um dos presos é o empresário Giovani Dadalt Crespani, dono de um escritório de contabilidade em Primavera do Leste, distante 239 km de Cuiabá, e suspeito de ter sonegado mais de R$ 60 milhões.
A mãe e a tia dele foram presas em Soledade (RS) e, a empresa dele em Tubarão (SC), bem como sua casa e seu escritório de contabilidade, em Primavera do Leste, foram alvos de busca e apreensão. O G1 não conseguiu contato com o advogado do suspeito. Os materiais apreendidos na casa e no escritório do empresário – entre computadores, documentos e notas fiscais – foram descarregados na Delegacia Fazendária no início da tarde desta sexta-feira (16) e ainda serão analisados.
Fonte: Folha max