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Economia brasileira encolhe 3,38% de janeiro a setembro

Indicador antecedente ao Produto Interno Bruto mostra que a sequência de quedas ainda não foi interrompida. Na comparação mensal, o recuo foi de 0,50%

19/11/2015 08:40

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Economia brasileira encolhe 3,38% de janeiro a setembro

Economia brasileira encolhe 3,38% de janeiro a setembro

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), um parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses, ficou em 139,12 pontos em setembro pela série com ajuste sazonal.

Esta foi a menor pontuação da série histórica do Banco Central desde outubro de 2010. Naquele mês, o indicador exibia 138,65 pontos. Economistas ainda têm dúvidas sobre quando a recessão econômica exercerá impacto nos índices de inflação. 

Antecedente ao PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas do país), esse indicador mostra que a economia caminha para uma contração próxima de 3,10%, que é a esperada por analistas do mercado financeiro que participam do relatório Focus, do Banco Central. 

No acumulado do ano até setembro, a retração do IBC-Br já está em 3,38% sobre igual período do ano anterior. O recuo em 12 meses até setembro foi de 2,76%. 

Na comparação com agosto, o indicador apresentou baixa de 0,50%, a quarta consecutiva na margem, na série com ajuste. Em agosto, o recuo foi de 0,76%; em julho, de -0,13% e, em junho, de -0,92%, segundo os dados revisados e divulgados nesta quarta-feira (18/11) pelo BC.

Na comparação entre os meses de setembro de 2015 e de 2014, houve diminuição de 6,18% na atividade econômica, também na série sem ajustes sazonais. 

A previsão da autoridade monetária no entanto é um pouco mais otimista do que a do mercado financeiro. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou sua previsão de queda para o PIB de 2015 de -1,1% para -2,70%.

DÚVIDAS

Uma dúvida que a recessão desperta no mercado é sobre como os preços vão se comportar nesse período, já que a inflação continua alta. 

Economistas ouvidos pelo jornal O Estado de São Paulo afirmaram que os porta-vozes do BC que os receberam em reuniões foram firmes ao reforçar que a equipe trabalha para levar a inflação ao centro meta daqui a dois anos. 

O resumo dos encontros foi o de que ninguém está realmente certo do que vai acontecer. A torcida é para que a retração econômica ajude a fazer o trabalho do BC de levar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a convergir para o alvo no tempo esperado.

A mudança de atuação do BC em relação ao período para trazer a inflação para o centro da meta, conforme o diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, explicou no início deste mês, se deu porque a alta dos preços administrados está mais intensa e prolongada do que o imaginado e também por causa da indefinição sobre a questão fiscal. 

Esses foram os principais temas das conversas que ocorreram essa semana na sede da instituição.

Reflexo principalmente desse cenário, o relatório Focus de segunda-feira (16/11) trouxe pela primeira vez a expectativa de que o IPCA encerre o ano acima de 10% e que o índice feche 2016 no teto da meta, em 6,50%. Para 2017, que é o novo foco do BC, a expectativa para a inflação ficou em 5%.

Reuniões entre analistas de instituições financeiras e diretores do BC são comuns. Em momentos de maior volatilidade, mudanças de rumo ou indefinições, tornam-se mais frequentes. É o caso agora.

Essa busca por mais informações revela que as reuniões trimestrais feitas no Rio e em São Paulo não foram suficientes para sanar todas as dúvidas do mercado. O último encontro foi realizado no início deste mês com a estreia de Altamir na Política Econômica.

A cada três meses, a pretexto da preparação do Relatório de Inflação, os analistas do setor privado participam de encontros com os profissionais do Banco Central. 

Na última edição, conforme apurou O Estado de São Paulo, Altamir ouviu dos economistas que a política monetária (política de juros) estaria começando a ficar sob a dominância fiscal.

A teoria, até agora refutada pela autoridade monetária e por alguns economistas de renome, considera que o desarranjo das contas públicas assume uma trajetória própria que anula a eficácia da taxa de juros no combate à inflação.

Ele disse na ocasião, segundo participantes do encontro, que o BC não tem nenhum compromisso com meta fiscal e sim com a meta de inflação. Repetiu ainda que, imbuído desse compromisso com o regime de metas de inflação, o Copom fará o que for necessário para levar o índice à meta. 

Fonte: Estadão

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