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Medidas do BC para conter crescimento mostram efeito sobre o PIB

03/06/2011 11:55

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Medidas do BC para conter crescimento mostram efeito sobre o PIB

RIO - As medidas macroprudenciais adotadas pelo Banco Central para conter o crédito já apresentaram efeitos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2011. O principal efeito foi sobre o consumo das famílias, que desacelerou de 2,3%, no quarto trimestre de 2010, para 0,6%, entre janeiro e março, na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

O resultado foi o menor para o consumo das famílias desde a queda de 1,9% registrada no quarto trimestre de 2008, no auge dos efeitos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira. Nos três primeiros meses do ano, o PIB do país avançou 1,3%.

"O resultado foi efeito das medidas macroprudenciais do Banco Central, afetando principalmente os setores que dependem de crédito, à medida que aumentam as exigências de empréstimos para as pessoas físicas. E a massa salarial cresceu menos, com crescimento menor do emprego e do rendimento real dos trabalhadores", lembrou a gerente de contas nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.

Entre janeiro e março, a massa salarial real cresceu 5,9%, contra alta de 8,7% no quarto trimestre de 2010. A taxa de juros efetiva também subiu, passando de 8,6% ao ano, nos três últimos meses de 2010, para 11,2% ao ano, no primeiro trimestre de 2011.

Considerando ainda a comparação do primeiro trimestre com os três últimos meses do ano passado, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) acelerou, passando de 0,4%, nos três últimos meses de 2010, para 1,2%, agora. Rebeca lembrou que os resultados têm sido positivos para a FBCF desde a crise internacional, quando os investimentos caíram 10,7%, no último trimestre de 2008, e 14,6%, nos três primeiros meses de 2009.

"As taxas são positivas desde a crise. Ainda tem efeito de crédito do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], que cresceu muito no primeiro trimestre. Os juros também não foram passados completamente para economia, já que subiram em janeiro e em março", ponderou Rebeca.

Ainda do lado da demanda, as exportações de bens e serviços caíram 3,2% e as importações de bens e serviços recuaram 1,6%, no primeiro resultado negativo para ambos desde a crise de 2008.

Do lado da oferta, o destaque foi a agropecuária, incentivada pelas expectativas de safra recorde este ano. As principais estimativas são de crescimento de 6,3% na safra de soja e de 3% na colheita do milho, dois dos principais grãos produzidos no Brasil. A indústria apontou para uma alta de 2,2% entre janeiro e março na comparação com o trimestre anterior, enquanto os serviços subiram 1,1%. No total, o valor adicionado a preços básicos subiu 1,4%.

"Depois da agropecuária, aparece a indústria de transformação, puxada pela produção de bens de capital, o que tem impacto nos investimentos", frisou Rebeca.

Entre as atividades, o IBGE destacou, além da agropecuária e da indústria de transformação, a construção civil, também com impacto nos investimentos, e o comércio, que sofreu os efeitos positivos da agropecuária e da indústria de transformação, do lado do atacado. Do lado do varejo, o comércio foi impulsionado pelo consumo das famílias, que apesar da desaceleração continuou em trajetória ascendente.

O lado negativo entre as principais atividades na comparação do primeiro trimestre de 2011 com os últimos três meses do ano passado foi a extrativa mineral, que recuou 1,5%. Rebeca lembrou que a principal causa foi o crescimento menor do minério de ferro, que estava em torno de 25% no quarto trimestre do ano passado e passou para um patamar de 5% entre janeiro e março.

Já a intermediação financeira sofreu os efeitos do crédito e dos serviços bancários e recuou 0,4% no primeiro trimestre, na primeira queda desde os 2,2% de baixa registrados no quarto trimestre de 2008.

(Rafael Rosas | Valor)

Fonte: Valor Online

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