Em agosto, a indústria emitiu sinais mistos - um movimento considerado normal em períodos que precedem a recuperação da atividade.
O aumento da produção de itens relacionados ao investimento produtivo pode significar o início de uma retomada do setor.
Em todo caso, essa retomada dependerá da continuidade daelevação da confiança dos empresários, que ainda se encontra no campo pessimista, e da evolução da taxa de câmbio.
A análise é dos economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), com base no desempenho da produção industrial, divulgado nesta terça-feira (04/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No oitavo mês do ano, a indústria registrou queda de 3,8% ante o mês anterior, interrompendo cinco meses de resultados positivos.
Na comparação com igual mês de 2015, o setor registrou queda de 5,2% mesmo com dois dias úteis a mais, enquanto no acumulado do ano o recuo alcançou 8,2%.
Por outro lado, esses resultados foram menos negativos do que aqueles observados em junho, mantendo-se as mesmas bases de comparação - o que poderia indicar que o setor alcançou o “fundo do poço”.
Frente a agosto do ano passado, três categorias continuam em queda: bens intermediários (-6,9%), bens duráveis (-12,4%), principalmente veículos (-19,7%) e bens semi e não duráveis (-1,9%).
Na contramão, os economistas da ACSP lembram que vale registrar a alta dos bens de capital (5%), interrompendo 29 meses de redução consecutiva.
Nesse mesmo segmento, também se destacam os aumentos da produção de itens para agricultura (21,9%) e construção civil (17,4%), sugerindo que a elevação da confiança empresarial está se transformando em ações concretas nesses setores.
Fonte: Diário do Comércio - SP