De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), 39,3% da população brasileira entre 18 e 64 anos estava empreendendo em 2015. Essa parcela apontada pelo relatório, que atualiza anualmente o número de empresários em 108 países, é 4,9 pontos percentuais acima do que em 2014.
Além disso, trata-se da maior marca atingida pelo país desde 2002, quando o estudo passou a ser feito no Brasil. Por aqui, o levantamento é feito com apoio do Sebrae.
Participação de cada sexo
A partir do relatório GEM também foi possível verificar a presença de homens e mulheres no mundo dos negócios. No total, 36,4% das mulheres estão empreendendo, contra 42,4% dos homens.
Além disso, 20,3% das mulheres entre 18 e 64 anos estão se preparando para começar um empreendimento. Entre os homens, são 21,6% desta mesma faixa-etária que ainda abrirão um negócio.
Empreendedoras do lar
Para as microempreendedoras do Brasil, culinária, moda e artesanato estão entre as principais atuações, uma vez que permitem trabalhar em casa. A analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro, explica essa participação feminina nos negócios.
“Com a crise, muitas mulheres começaram a empreender em casa, usando alguma habilidade que permita obter uma renda ao mesmo tempo em que cuida dos filhos”.
A recessão financeira, inclusive, tem sido um dos maiores estímulos para que homens e mulheres resolvam empreender. De acordo com David Pinto, fundador da Escola de Empreendedorismo Longitude, em São Paulo, até 2013 as pessoas começavam a empreender porque viam uma oportunidade no mercado. Entretanto, com a crise financeira, os brasileiros buscavam abrir negócios próprios para ter, com urgência, uma fonte de renda.
“Infelizmente, com a crise aumentando, e mais de 12 milhões de desempregados, voltamos a ter mais pessoas empreendendo por necessidade“, lamenta.
É o caso de Lorine Lopes. Formada em design de moda, ela não nutria esperanças de conseguir um emprego em sua área e, por isso, passou a trabalhar no bar de seu pai. Diante disso, decidiu fazer um curso de gestão e, agora, abrirá seu próprio empreendimento em outubro: a Lorine Clothes.
Fonte: Jornal A Tarde