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Trabalhador norte-americano produz 4 vezes mais que brasileiro

Ao final de 2015 um trabalhador brasileiro era capaz de produzir US$ 29.583, contra US$ 118.826 de um norte-americano.

11/10/2016 08:19

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Trabalhador norte-americano produz 4 vezes mais que brasileiro

Ao final de 2015 um trabalhador brasileiro era capaz de produzir US$ 29.583, contra US$ 118.826 de um norte-americano.

Essa constatação foi feita pelo levantamento Conference Board, que foi compilado pelo pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Veloso.

O dado faz com que fique escancarada uma realidade totalmente desproporcional entre a produtividade no Brasil e nos Estados Unidos. Enquanto que, por lá, apenas um trabalhador é necessário para fabricar um produto, por aqui são precisos quatro para confeccionar a mesma peça.

O que faz dessa informação ainda mais alarmante é que se trata da pior proporção entre as duas nações desde a década de 1950.

Falta de estrutura

Outro grande obstáculo enfrentado pelas companhias no Brasil diz respeito a qualidade com que se transporta produtos por aqui. Nesse ponto, novamente, os Estados Unidos estão muito a frente do Brasil, conforme aponta André Luis Rodrigues, superintendente Administrativo e Financeiro da Weg (empresa multinacional que conta com operações em 11 países). “Nos Estados Unidos, um caminhão consegue percorrer 400 quilômetros em um dia. Aqui, conseguimos só 45 km”, lamenta.

Com isso, mesmo que a produtividade seja boa, essa vantagem logo é perdida diante dos custos logísticos e de multas aplicadas quando prazos não são cumpridos.

Investimento e gestão

Os especialistas também apontam a falta de investimentos das companhias como uma das explicações para tamanha falta de produtividade. “Menos investimentos significa menos produtividade, do trabalho e de capital. Apenas a qualificação da mão de obra não é suficiente se a empresa não investe em máquinas modernas”, garante Rafael Fagundes Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Já para o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, Naercio Menezes Filho, a grande falha está na falta de modernização nas técnicas de gestão de diversas empresas, que persistem em administrar da mesma forma que fazem há décadas.

Nem sempre foi assim

Conforme relata a diretora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernanda de Negri, a disparidade entre os países nem sempre foi tão acentuada. “Entre as décadas de 1930 e 1970, havia um crescimento fácil da produtividade brasileira por causa do processo de industrialização que levou parte dos trabalhadores rurais para as fábricas – trajetória vivida hoje pela China”, explica.

Esse cenário fez com que, na década de 1980, o Brasil conseguisse registrar a produtividade mais próxima dos estadunidenses em todas essas décadas. Nesse período, um pouco mais do que dois trabalhadores brasileiros eram capazes de igualar a produção de um norte-americano.

Entretanto, a partir de então, os números só foram piorando. O pesquisador Regis Bonelli, do IBRI/ FGV, até aponta que a abertura comercial deu um certo ganho de produtividade para as indústrias do país, mas, em troca, fez com que as companhias mais ineficientes, que não conseguir produzir melhor e não conseguiam competir com o mercado internacional, quebrassem.

Fonte: Grupo Skill

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