Este processo de tomada de decisão aflige todos os gestores principalmente quando uma há um novo líder que recém assumiu esta função. Eduardo Valério, diretor-presidente da JValério, especializada em empresas familiares, explica que nos casos em que uma pessoa teve que assumir o comando de uma maneira inesperada a maior dificuldade é fazer um processo de decisão consistente:
“Muitas decisões sendo tomadas de maneira açodada são constantes. O familiar não preparado, não escuta seus outros pares, outros diretores, porque tem o poder de decidir de certa maneira sozinho. Muitas vezes a decisão é equivocada com resultados catastróficos.”
Conselho de Administração precisa atuar
Mas o inverso também ocorre. Não é raro ver membros das novas gerações com uma dificuldade enorme no processo de tomada de decisões seja por insegurança, pela falta do pai. Nos dois casos é preciso ter uma diretoria forte na sua empresa e um conselho de administração que possa ajudar muito neste processo de transição.
O conselho de administração é o órgão chave nestes casos pois é neste conselho que o novo líder vai encontrar respaldo para os seus processos decisórios e também para as críticas - além de evitar que se tome decisões equivocadas na organização.
“Eu tive o privilégio de poder acompanhar várias empresas neste modelo. No processo você tem diretores familiares e diretores não familiares juntos e normalmente você incumbe um diretor que não é familiar, mas que está na empresa e possui os mesmos valores e desempenha seu papel de acordo com o que os acionistas demandam. Ele passa a ser o diretor geral ou o presidente CEO por um prazo determinado.”
Até o final deste prazo é este diretor que será o mentor do sucessor ou dos sucessores deste processo, assim , como também pode ser o representante do conselho de administração durante a vigência do processo sucessório.
Quando a nova geração não está 100% preparada
Não é raro a empresa familiar ter um gap de sucessão onde a geração seguinte não está pronta para assumir, mas a geração anterior já está pronta para sair. É comum fazer primeiro uma avaliação interna de possíveis sucessores para fazer essa sucessão ou então, o que também é normal, ir ao mercado e fazer a busca por um profissional com um contrato de trabalho para essa transição.
Sobre Eduardo Valério
Eduardo Valério é graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), especialista em Estratégia e Marketing pela Kellogg Business School e especialista em Governança Corporativa para Empresas Familiares pela Wharton Bussiness School, Pennsylvania. Eduardo é diretor-presidente da JValério Consultoria S/C Ltda, associada à Fundação Dom Cabral (FDC) para os estados do Paraná e Rondônia, e vice-Presidente da Federação Nacional das Associações dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Brasil (FENADVB).
Fonte: Contadores CNT