A entrada de dólares no Brasil superou a retirada de recursos em US$ 1,15 bilhão na parcial de outubro, até a última sexta-feira (14), informou o Banco Central nesta quarta-feira (19). Somente na semana passada, US$ 623 milhões chegaram ao país.
O ingresso de divisas acontece após dois meses de retiradas. Em setembro, a evasão de dólares, de US$ 5,5 bilhões, foi a maior em sete meses.
No acumulado deste ano, até a última sexta-feira (14), foi registrada mais retirada do que entrada de dólares no país. Neste período, US$ 14,6 bilhões deixaram o Brasil, de acordo com o BC.
No mesmo período do ano passado, o país registrou movimento oposto: a entrada de dólares superou as retiradas em US$ 9,97 bilhões.
Impacto no dólar
A entrada de dólares na parcial de outubro favoreceria, em tese, a desvalorização da moeda em relação ao real. Isso porque, com mais dólares no mercado, o preço tende a cair. Neste mês, de fato, o dólar vem recuando.
No fim de setembro, o dólar estava cotado a R$ 3,25 e, nesta quarta-feira (19), por volta das 13h, estava negociado a R$ 3,17.
Segundo analistas, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda norte-americana, como o cenário externo, com a previsão de alta nos juros nos Estados Unidos, que tende a atrair capital para aquela economia, e o cenário político no Brasil, com a aprovação da PEC do teto de gastos, entre outros.
"O recuo do dólar na sessão de terça-feira atraiu compradores logo cedo. Temos visto muita procura quando a moeda chega na casa de R$ 3,18, com muitos investidores comprando para honrar compromissos", comentou à Reuters o sócio da Omnix Corretora, Vanderlei Muniz.
O mercado também vem trabalhando com trajetória de baixa para o dólar, diante da perspectiva de ingresso de recursos com a proximidade do fim do prazo para a repatriação de recursos de brasileiros no exterior.
Interferência do BC
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial (que funcionam como uma venda futura de dólares), ou de "swaps reversos" – que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.
Fonte: G1 - Brasília