A confiança do consumidor subiu 1,8 ponto em outubro na comparação com setembro, na série com ajuste sazonal, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com o resultado, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 82,4 pontos, o maior nível desde dezembro de 2014, quando estava em 86,6 pontos. Foi a sexta alta consecutiva no indicador, que tinha atingido a mínima histórica em abril deste ano.
A alta da confiança segue puxada pelas expectativas em relação ao futuro, que seguem descoladas da satisfação com o presente.
De acordo com a FGV, o Índice da situação Atual (ISA) avançou 0,8 ponto, de 68,2 para 69,0 pontos, compensando parte da queda de 1,3 ponto no mês anterior.
Ainda assim, o descolamento manteve-se porque o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,5 pontos, atingindo 92,6 pontos, o maior desde outubro de 2014 (94,6).
A distância entre ISA e IE alcançou 23,6 pontos, a segunda maior da série histórica, abaixo apenas de dezembro de 2007.
"A recuperação da confiança dos consumidores continua a ser comandada pelas expectativas. Apesar da tendência ainda declinante do mercado de trabalho, as perspectivas de desaceleração da inflação e de queda das taxas de juros parecem contribuir para previsões menos pessimistas em relação à evolução das finanças familiares e para as perspectivas de compras de duráveis no curto prazo", cita a nota divulgada pela FGV.
O indicador que mede o grau de satisfação em relação à situação financeira das famílias subiu 1,4 ponto atingindo 63,6 pontos, em outubro. "O indicador continua extremamente baixo em termos históricos, mas registra o maior nível desde fevereiro passado (65,7 pontos)", de acordo com a FGV.
Também houve melhora na intenção de compras de bens duráveis, pelo quinto mês consecutivo. O indicador que mede o ímpeto de compras de duráveis nos seis meses seguintes subiu 5,6 pontos, atingindo o maior nível desde março de 2015 (77,9 pontos).
FAMÍLIAS
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 2,4% em outubro na comparação com setembro, para 73,9 pontos, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Apesar da alta na margem, o indicador está 5,7% abaixo de outubro de 2015, quando estava em 78,4 pontos.
O ICF é medido numa escala de 0 a 200 pontos. O nível de 100 pontos é considerado "zona de indiferença", na metodologia adotada pela CNC.
"Há três meses que todos os componentes da ICF apresentam variação positiva na comparação mensal, mas, embora a confiança esteja subindo, ela ainda não foi transformada em vendas", cita nota distribuída pela CNC.
Inflação ainda elevada e mercado de trabalho em deterioração são as principais explicações para a "cautela" do consumidor, de acordo com a CNC.
De acordo com os dados divulgados nesta quarta, o indicador de emprego atual ficou em 105,6 pontos, único acima da zona de 100 pontos. Em relação a setembro, o índice subiu 0,8%, mas ante outubro de 2015, apresentou uma redução de 0,4%.
"O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego atual é de 30,5%", de acordo com a CNC.
Já o indicador de nível de consumo atual subiu 2,3% na comparação com setembro, mas teve retração de 17,6% ante outubro de 2015. Conforme a CNC, 63,6% dos entrevistados declararam estar com o nível de consumo menor do que em 2015. O índice está em 47,5 pontos.
Com 66,8 pontos, as compras a prazo também cresceram 2,2% ante setembro e diminuíram 11,7% ante outubro de 2015. Na mesma tendência, o componente momento para duráveis subiu 3,4% na comparação mensal e recuou 10,2% na comparação anual.
De acordo com a CNC, esse índice teve o pior resultado entre todos os componentes, com 46,1 pontos.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO