A inflação registrada em outubro, em termos anualizados, intensificou sua desaceleração.
Segundo os economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a perspectiva para os próximos meses é que o indicador continue cedendo, diante do atual quadro de ociosidade.
"Será crucial, em todo caso, acompanhar a trajetória futura da taxa de câmbio, cuja diminuição contribui para o arrefecimento da alta dos preços, frente ao aumento das incertezas da economia mundial, após a eleição de Donald Trump", afirmam.
A inflação de outubro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,26%, a menor para o mês desde o ano 2000.
Na variação acumulada em 12 meses, o dado mais próximo do resultado anual, o índice continuou mostrando desaceleração, passando de um aumento de 8,48%, observado em setembro, para 7,87%.
Vale destacar que, na apuração mensal, o grupo alimentação ainda segue apresentando deflação (-0,05%), porém ainda apresenta elevação superior a 12% nos últimos 12 meses.
A desaceleração da inflação também pode ser notada, inclusive de forma mais intensa, na variação do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que durante outubro alcançou a apenas 0,13%, frente à alta de 1,76% registrada no mesmo mês de 2015.
Assim, em termos anualizados (variação acumulada em 12 meses), o indicador passou de 9,74% em setembro para 7,99% em outubro, refletindo a forte descompressão dos preços das matérias primas, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), seu principal componente, que diminuiu de 10,97% para 8,43%, respectivamente.
Vale notar que a alta dos preços das matérias primas agrícolas, medida pelo IPA AGRO, que em junho crescia mais de 31%, na mesma base de comparação, recuou para 17,9%.
Fonte: Redação DC