x

Societário

"Bancos são grandes demais para atender o pequeno"

Guilherme Afif Domingos (foto), presidente do Sebrae, diz que uma das propostas é que entidade e Banco Central formem um grupo de trabalho para estudar formas de atender melhor os pequenos empresários

23/11/2016 09:45

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
"Bancos são grandes demais para atender o pequeno"

"Bancos são grandes demais para atender o pequeno"

O presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos, disse que o grande desafio do Brasil é a inclusão financeira, durante o encerramento do evento  II Fórum de Cidadania Financeira, organizado pela instituição e pelo BC.

"Hoje tivemos uma reunião com presidente do BC para olhar os desafios. Primeiro, os estruturais. Segundo, o conjuntural. (Discutimos) o que podemos fazer para irrigar com capital de giro os pequenos negócios", comentou Afif, em referência a um encontro ocorrido durante a tarde com Goldfajn.

De acordo com Afif, o Sebrae e o Banco Central discutiram a formação de um grupo de trabalho para que, nos próximos seis meses, as instituições possam "dar resposta na criação de organismos para chegar na ponta e atender pequenos" empresários.

"Nosso sistema financeiro é um grande sistema. Na crise de 2008, isso ficou patente. Enquanto o mundo sofreu um abalo forte, o Brasil tinha controle sobre suas instituições. Só que ele é muito concentrado. Hoje os bancos são grandes demais para chegar na ponta para atender o pequeno", comentou Afif.

"Queremos trazer de volta aqueles agentes que sabiam conceder crédito, os antigos gerentes das instituições. Eles serão como 'consultores' para crédito. E o Sebrae vai usar seu fundo de aval para facilitar a concessão de crédito", acrescentou Afif.

COMITÊ

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, anunciou uma série de ações da instituição na área, que é considerada um dos quatro pilares da agenda da instituição.

"O Banco Central acaba de aprovar sua Política de Relacionamento com o Cidadão e Partes Interessadas, com princípios e diretrizes para o relacionamento com a sociedade, buscando maior consistência e o aprimoramento contínuo desse processo visando ofertar melhores serviços", informou Goldfajn.

Dentro desta política, segundo ele, o BC vai trabalhar para aprimorar o relacionamento com o cidadão, propiciar canais de interação, ampliar a adoção de uma "linguagem cidadã", aumentar o nível de transparência, aprimorar os serviços oferecidos e estimular boas práticas de relacionamento dos bancos com o cidadão.

Goldfajn anunciou ainda a criação do Comitê do Cidadão, composto por técnicos do BC, para tratar de assuntos de interesse do cidadão. "Com isso, vamos intensificar o foco das nossas decisões aos temas relacionados ao cidadão", disse.

A terceira ação, conforme Goldfajn, é o aperfeiçoamento dos mecanismos de solução de conflitos entre o cidadão e o sistema financeiro. "Temos acompanhado o número de reclamações de clientes bancários e também o volume de ações judiciais envolvendo consumidores e instituições financeiras, nos diversos tribunais do País", disse Goldfajn.

"Para reduzir esse volume, estamos em tratativas com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para formalização de parceria com intuito de viabilizar a prática da mediação, por meio do sistema digital disponibilizado desde meados deste ano, envolvendo os agentes do mercado", explicou.

Conforme informou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, no fim de outubro, o BC e o CNJ discutem um acordo de cooperação técnica para que conflitos entre clientes e bancos sejam resolvidos pela mediação. Na visão do BC, o acordo pode reduzir litígios envolvendo as instituições e, em consequência, o risco de crédito e o spread bancário.

No evento desta terça, Goldfajn citou ainda o fortalecimento das ouvidorias nos bancos e o lançamento do Portal de Dados Abertos, com informações e bases de dados disponíveis ao cidadão. Goldfajn citou ainda, entre as ações, o sistema de acompanhamento on line de andamento de demandas no BC.

Outra ação listada por Goldfajn é a criação do novo site do Banco Central e a ampliação da inserção da instituição nas redes sociais. Ele citou ainda ações que "objetivam o aumento do nível de educação financeira do brasileiro" e a implementação de indicadores de cidadania financeira e de avaliações de impacto das atuações do BC.

"Pretendemos publicar estudos analíticos sobre impactos de nossas ações", disse Goldfajn. "Não há inclusão sem conhecimento, sem educação financeira", afirmou. "O desafio primordial é fazer cidadania financeira alcançar toda a população".

Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.