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Economia

Serviços fecham o ano em retração e movimento para a retomada é incerto

A falta de perspectiva de novos negócios no primeiro semestre de 2017 derrubou a confiança do empresário de serviços em dezembro. Sem indicadores precisos sobre a retomada da economia, companhias fecham o ano em um cenário de redução de contratos

28/12/2016 12:35

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Serviços fecham o ano em retração e movimento para a retomada é incerto

A falta de perspectiva de novos negócios no primeiro semestre de 2017 derrubou a confiança do empresário de serviços em dezembro. Sem indicadores precisos sobre a retomada da economia, companhias fecham o ano em um cenário de redução de contratos e margens apertadas.

“A mensagem dos números da sondagem de serviços nesse final de ano é de que o setor deve prosseguir com fraco desempenho no início de 2017”, avalia o consultor do FGV/IBRE Silvio Sales, responsável pelo Índice de Confiança de Serviços.

Segundo a sondagem, da Fundação Getulio Vargas houve recuo de 1,8 ponto em dezembro, para 75,7 pontos. Com a terceira queda consecutiva, o índice recua ao menor nível desde junho passado e acumula perdas de 4,9 pontos desde setembro.

“As empresas do setor de serviços seguem no movimento de revisão, para baixo, das expectativas sobre a evolução dos negócios no curto prazo”. Das 13 atividades pesquisadas no setor de serviços, nove apresentaram queda da confiança em dezembro. O Índice de Situação Atual (ISA-S) caiu 0,7 ponto, para 70,2 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-S) recuou 2,9 pontos, para 81,6 pontos, com o destaque negativo no indicador de Tendência dos Negócios para os seis meses seguintes, que recuou 3,8 pontos, para 83,1 pontos.

Segundo o estudo, o Nível de Utilização da Capacidade do setor de serviços variou 0,1 ponto percentual em novembro, para 82,7% (ver gráfico).

VISÃO DO EMPRESÁRIO

Sentindo na pele os efeitos da recessão econômica, o presidente da rede LimpaExpress, Mario Cortella que atua na Região Nordeste, garante que a empresa está com planos congelados de investimento ano que vem. O motivo, segundo o executivo, foi a retração de quase 35% no número de contratos para serviços de limpeza e manutenção. “A crise atingiu em cheio as regiões Norte e Nordeste. As indústrias estão com alta ociosidade e o que derrubou também nossos contratos”, lamenta.

Para tentar diminuir os efeitos nocivos da crise, ele conta que precisou mudar um pouco o foco da empresa, que majoritariamente trabalha prestando serviços em outras companhias. “Começamos a buscar clientes pessoas físicas, mas o tíquete médio é muito inferior, e a mão de obra é diferente, o que nos fez precisar mudar drasticamente nosso quadro de funcionários”, contou, lembrando que, apesar do esforço, o movimento não será o bastante para evitar que a empresa encerre o ano com queda de 16% no faturamento líquido neste ano, frente a 2015.

Além da indústria, o enfraquecimento do mercado imobiliário também acertou os ganhos da empresa. “Com relação aos imóveis, criamos algumas opções de serviços econômicos que entrarão no mercado ano que vem”, cita.

Sem perspectiva de investimentos para o ano que vem, Cortela ressalta que aguarda sinais mais claros de retomada da economia. “A flexibilização da jornada de trabalho, pode estimular o comércio e a indústria, fator que resulta em melhora para gente também.”

Neste ano, o empresário reduziu a margem de lucro em 25%, mas só conseguiu enxugar em 15% os custos da empresa. “Isso significa que nossa rentabilidade caiu 10 pontos percentuais neste ano, ante a 2015”, diz, ressaltando que a companhia atingiu neste ano o limite da precificação.

Fonte: DCI - Diário Comércio Indústria & Serviços

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