"Existe mais disposição em investir no Brasil agora. [Os investidores] prestaram mais atenção em algumas questões básicas: primeiro que o Brasil já está crescendo nesse trimestre. Mesmo que a média do PIB de 2017 com 2016 seja baixa, mas o crescimento durante o ano, de dezembro de 2017 comparado com dezembro de 2016, é um crescimento grande de 2% e um crescimento ainda maior em 2018", afirmou ele.
Meirelles afirmou que há muito interesse por parte dos empresários e dos investidores não só no ajuste fiscal, com a aprovação da PEC do teto de gastos, mas também sobre o processo de reestruturação da dívida dos estados e sobre o envio ao Congresso Nacional da proposta de reforma da Previdência.
"Tudo isso está sendo visto de forma favorável", afirmou o ministro. "A receptitividade está muito positiva. Um ambiente muito mais positivo até do que lá no Brasil", disse. Ele acrescentou que isso é "compreensível", já que os brasileiros estão vivenciando os efeitos de uma "recessão enorme" que, segundo ele, foi herdada pelo atual governo.
De acordo com o ministro da Fazenda, os investidores também ficaram "impressionados" com a longa lista de medidas microeconômicas que o governo anunciou no fim do ano passado com o objetivo de aumentar a produtividade das empresas, desburocratizar procedimentos e estimular o nível de atividade na economia brasileira e a geração de empregos.
Segundo ele, os empresários e investidores têm dado uma "resposta positiva" sobre as intenções de aportar recursos no Brasil e, acresentou, vários deles informaram o que já têm investido e o que planejam investir no país. "Estou sentindo um ambiente favorável", concluiu o ministro da Fazenda.
Atuação no Congresso Nacional
Na avaliação do ministro da Fazenda, a taxa de aprovação das medidas econômicas enviadas pelo governo ao Congresso Nacional é "muito superior" aos últimos governos, desde a década de 90, o que é um "dado extremamente positivo" e que tem impressionado os investidores internacionais.
"O Brasil está sendo capaz de enfrentar reformas profundas e difíceis pela primeira vez em décadas. E agora também tem essa série de medidas microeconômicas visando aumentar a produtividade, de efeito de longo prazo, mas que há muito tempo são necessárias e que pela primeira vez estão sendo implementadas", acrescentou ele.
Interpelado se os investidores perguntam se o governo vai chegar ao final, por conta do processo que está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele respondeu que não.
"Ninguém [investidores] tem essa dúvida na medida em que é um governo que está empossando segundo um procedimento constitucional, aprovado pela maioria do Congresso, com as sessões presididas pelo presidente do STF. O que as pessoas estão olhando é a consistência e o prazo de maturação das medidas", disse o ministro Henrique Meirelles.
Fonte: G1 - Brasília
