x

Economia

Salários executivos caem para quem consegue uma recolocação

Os salários executivos vão se manter estáveis em 2017, acompanhando tendência do ano que passou, com exceção de setores considerados “bolhas” em meio à crise, como agronegócio e empresas fintechs e de e-commerce

27/01/2017 10:58

  • compartilhe no facebook
  • compartilhe no twitter
  • compartilhe no linkedin
  • compartilhe no whatsapp
Salários executivos caem para quem consegue uma recolocação

Os salários executivos vão se manter estáveis em 2017, acompanhando tendência do ano que passou, com exceção de setores considerados “bolhas” em meio à crise, como agronegócio e empresas fintechs e de e-commerce, de acordo com o guia salarial da consultoria de recrutamento executivo Robert Walters.

Embora preveja uma retomada mais geral do mercado de vagas executivas só no segundo semestre, o CEO da Robert Walters para a América Latina, o australiano Kevin Gibson está otimista em relação ao novo ano. “Em 2016 houve tantas incertezas extras, na política e no câmbio, e agora a maioria das pessoas está pelo menos certa de que o Brasil se encaminha para eleições em 2018 e dólar mais estabilizado, o que torna decisões de investimento mais fáceis”, diz.

De acordo com o estudo da consultoria, a ordem na maior parte dos setores ao longo do ano passado foi de cortes, com indústria, construção e mercado financeiro chegando a demitir cerca de 10% das suas equipes. Com isso, os salários se mantiveram estáveis além dos dissídios de 8% a 10%, e candidatos que estavam no mercado se mostraram dispostos a aceitar remunerações mais baixas para garantir um emprego.

Para Gibson, o movimento traz novo equilíbrio para o mercado executivo brasileiro, que entre 2011 e 2013 vivenciou um crescimento dos salários “insustentável”. Em 2012, segundo levantamento da consultoria, os salários da alta gerência no país ultrapassaram os pagos em mercados como Nova York, Paris e Xangai. “Quando as empresas voltarem em peso ao mercado para contratar novamente, será uma boa oportunidade de fazê-lo a valores mais razoáveis”, diz.

Muitos gestores de recrutamento, no entanto, ainda se mostram relutantes em contratar profissionais que estão disponíveis no mercado. “Há muitas pessoas ótimas que estão desempregadas, e por isso bem mais negociáveis. Mas é frustrante pois ainda encontramos a percepção de que ‘ele deve estar no mercado por uma razão'”, diz Gibson. Assim, os alvos mais recorrentes da consultoria ainda são profissionais empregados nos principais concorrentes das empresas que buscam os serviços de recrutamento – que, por sua vez, estão mais hesitantes em se arriscar em um novo emprego em um mercado ruim. Com tanto companhias quanto candidatos avessos ao risco, o resultado são processos seletivos mais longos, e com participação de mais níveis hierárquicos.

Setor que seguiu contratando, o agronegócio aproveitou o momento para se beneficiar da disponibilidade de bons profissionais no mercado disponíveis a salários mais razoáveis e, segundo Gibson, a tendência é continuar assim em 2017. “O setor de agronegócio brasileiro consegue planejar com antecedência e tomar decisões de investimento, e há uma demanda geral por profissionais da área de desenvolvimento de negócios, logística, contabilidade, infraestrutura, posições que podem tornar o negócio ainda mais eficiente”, diz.

Caio Chedid, gerente das práticas de tecnologia da informação e digital na Robert Walters, vê espaço ainda para a chegada e surgimento no país das empresas chamadas de “agritechs”, que combinam agro e tecnologia, e atuam na área de planejamento estratégico. O movimento incluiria o segmento na disputa por mais profissionais com expertise digital, hoje dominado por empresas fintechs e de comércio eletrônico, outra “ilha” de estabilidade que os consultores destacam que vai continuar a contratar em 2017. “Esse profissional pode vir de qualquer lugar, pode ser um administrador, um engenheiro ou alguém de TI, e precisa ter conhecimento das tecnologias mas também entender do negócio”, diz Chedid.

De acordo com o guia, o salário fixo anual médio de diretor de TI com mais de 12 anos de experiência variou entre R$ 655 mil e 675 mil em 2016, mas ao longo deste ano poderá ficar entre R$ 680 mil e 695 mil. Profissionais especializados em pagamentos on-line, desenvolvimento web, projetos de infraestrutura e segurança da informação também devem continuar a ser demandados em 2017. Nesses casos, a consultoria destaca que um dos maiores desafios é encontrar profissionais com inglês fluente.

Na área jurídica, especialistas em compliance e tributos também devem continuar a ser procurados por empresas, no que Gibson chama de posições “à prova da recessão”, em especial no Brasil. O salário fixo anual de um gerente de compliance com 8 a 12 anos de experiência ficou, em média, entre R$ 180 mil e 200 mil em 2016, mas pode chegar a R$ 250 mil neste ano, segundo o guia. Com um governo constantemente em busca de novas formas de arrecadação, a demanda por profissionais da área tributária também deve se manter aquecida em 2017.

Fonte: Valor Econômico

Leia mais sobre

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

ARTICULISTAS CONTÁBEIS

VER TODOS

O Portal Contábeis se isenta de quaisquer responsabilidades civis sobre eventuais discussões dos usuários ou visitantes deste site, nos termos da lei no 5.250/67 e artigos 927 e 931 ambos do novo código civil brasileiro.