O pior resultado antes desse havia sido registrado no ano anterior, quando a retração chegou a 4,3%.
"Sobre 2017, podemos dizer que o cenário doméstico melhorou em parte pela inflação que já começou a ceder e os juros que estão diminuindo, mas o mercado de trabalho, que tem um peso relevante para a demanda, continua fragilizado", destacou a economista do IBGE Isabella Nunes.
"A perda da renda real e o aumento de preços dos alimentos em domicílio, no mesmo período, foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do setor", afirmou o IBGE, em nota.
"O consumo e o comércio foram impactados ao longo de 2016 por fatores que inibem o consumo, como pressão inflacionária, aumento dos juros e enfraquecimento do mercado de trabalho ao longo do ano", completou Isabella.
Na sequência, entre as outras influências estão móveis e eletrodomésticos (-12,6%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (-9,5%) e combustíveis e lubrificantes (-9,2%), entre outros.
"Com uma dinâmica de vendas associada à disponibilidade de crédito e a evolução dos rendimentos, o resultado do setor [de móveis e eletrodomésticos], abaixo da média geral, foi influenciado principalmente pela elevação da taxa de juros nas operações de crédito às pessoas físicas e pela queda da massa real de rendimentos."
O comércio varejista, que inclui os setores de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou a maior queda mais acentuada da série histórica (-8,7%). O resultado foi influenciado pelas vendas de veículos, motos, partes e peças (-14%) e de material de construção (-10,7%).
"Os fatores que justificam este desempenho são a diminuição do ritmo de financiamentos, a elevação da taxa de juros e a restrição orçamentária das famílias", disse o IBGE.
Regiões
O comércio da maioria das unidades federativas registrou queda - as piores partiram do Pará (-13,1%), de Rondônia (-12,3%) e da Bahia (-12,1%). O único estado onde o varejo cresceu, 1,2%, foi foi Roraima.
Final do ano
Em dezembro, o recuo foi de 2% na comparação com o mês anterior, após avanço de 1% em novembro. Já em relação a dezembro de 2015, a baixa foi de 4,9%.
Assim como ocorreu no ano fechado, em dezembro os principais destaques negativos partiram de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,9%) e móveis e eletrodomésticos (-2,5%).
Por outro lado, no último mês do ano cresceram as vendas de combustíveis e lubrificantes (2,1%), equipamentos de escritório, informática e comunicação (1,9%), tecidos, vestuário e calçados e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, ambos com alta de 0,1%.
De novembro para dezembro, as vendas no varejo foram negativas em 26 das 27 Unidades da Federação, com os maiores recuos sendo observados na Paraíba (-6,3%), Goiás (-5,7%) e Rondônia (-5,1%).
Fonte: G1