De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal em fevereiro desde ano seria de R$ 3.658,72.
O valor apurado pelo departamento confirma a tendência de queda do salário mínimo suficiente dos últimos anos. Em novembro de 2016, o indicador estava em R$ 3.940,41. Em dezembro, caiu para R$ 3.856,23. Já em janeiro deste ano, foi calculado em R$ 3.811,29.
Mais do que isso, o valor não era tão baixo desde dezembro de 2015, quando ficou em R$ 3.518,51.
Apesar disso, salário ideal apurado pelo Dieese ainda está muito longe do ideal: o valor de fevereiro é quase 4 vezes maior do que o salário mínimo atual, de R$ 937,00.
O que é salário mínimo suficiente?
O salário mínimo suficiente é um cálculo que determina qual valor mínimo a receber seria ideal para que o brasileiro conseguisse suprir seus gastos com moradia, educação, alimentação, saúde, vestuário, transporte, lazer, higiene e previdência.
Essa apuração é feita todos os meses pela Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) desde 1994. Para essa equação, o departamento leva como base os valores de cesta básica.
Cesta básica
Atualmente as capitais com cestas básicas mais caras estão em Porto Alegre (R$ 435,51), Florianópolis (R$ 426,22) e São Paulo (R$ 424,55). Por outro lado, as mais em conta se encontram em Rio Branco (R$ 330,58) e Recife (344,06).
Desemprego
Pode até parecer uma ideia incrível caso, por lei, o salário mínimo suficiente se tornasse obrigatório. Mas a realidade é que, caso as empresas fossem obrigadas a pagar um valor tão elevado como salário mínimo, haveria ainda mais desemprego.
É o que explica o economista Carlos Eduardo Gonçalves.
“O que vai acontecer com a pessoa hoje empregada que ganha um salário baixo? Você acha que ela vai continuar empregada ganhando R$ 3.700 ouela vai ser mandada embora porque a contribuição dela para o produto final da empresa não vale esses R$ 3.700?”, questiona.
“Infelizmente o salário das pessoas está ligado à produtividade delas. E a produtividade delas está ligada com o capital humano. Muita gente nasce em situação muito precária e não consegue ir para escola, não consegue estudar, e não acumula capital humano. Esse cara vai ganhar mal. Se você quer que esse cara ganhe bem, não adianta escrever uma lei mandando que ele ganhe bem, porque a empresa não vai contratá-lo”, explica Gonçalves.
“Quer fazer com que essas pessoas tenham um salário mais alto? Dê uma educação de maior qualidade para elas”, completa.
Fonte: Grupo Skill