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Presidente do Iasb muda o tom na defesa das normas internacionais nos EUA

06/10/2011 09:14

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Presidente do Iasb muda o tom na defesa das normas internacionais nos EUA

No seu primeiro discurso nos EUA desde que tomou posse como presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), o holandês Hans Hoogervorst defendeu, como era de se esperar, a adoção do padrão contábil internacional IFRS pelos Estados Unidos. A novidade veio na mudança de tom em relação ao antigo presidente do Iasb, David Tweedie. Ao contrário do predecessor, Hoogervorst não concentrou seus argumentos na superioridade do IFRS sobre o padrão americano, conhecido como US Gaap, em termos de qualidade. Segundo ele, cada sistema tem seus pontos fortes e fracos.

Nos discursos do bem-humorado escocês Tweedie, era comum se ouvir comentários sobre o apego que o sistema contábil americano tem ao formalismo e a regras específicas. Ele também criticava o fato de isso resultar num conjunto de regras de mais de 17 mil páginas, em oposição a 2,5 mil do IFRS.

O novo presidente do Iasb preferiu atacar questões práticas para justificar por que os EUA devem caminhar para o IFRS e também minimizou alguns riscos citados por aqueles que são contra a migração do padrão contábil.

Hoogervorst destacou que os EUA representam hoje apenas 30% do valor de mercado de empresas listadas em bolsa, ante um peso de 45% entre 1996 e 2006.

"Não é que o mercado financeiro americano diminuiu. Mas que outros locais do mundo - especialmente os centros financeiros asiáticos - se tornaram atores globais", afirmou.

Ele destacou que um padrão único e global de contabilidade reduzirá o risco de arbitragem regulatória e trará benefícios para os usuários dos balanços.

Sobre a preocupação sobre a dificuldade de fazer uma transição segura para o IFRS, Hoogervorst disse que se o Brasil e a Coreia conseguiram adotar o padrão rapidamente, não teria dificuldades para os EUA fazê-lo.

Em relação à pressão política que alguns argumentam que o Iasb sofre, o presidente do conselho admitiu que ela pode existir, mas disse que isso não afetava apenas o IFRS. "No calor da crise financeira [em 2008], tanto Iasb como o Fasb [conselho que edita o US Gaap] sofreram intensa pressão para relaxar suas regras", afirmou Hoogervorst.

Fernando Torres | De São Paulo

Fonte: Valor Econômico

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