Os impactos sociais das novas tecnologias, as relações de trabalho, o sindicalismo, os segmentos sociais e as novas ocupações foram debatidos na terceira reunião do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho, realizada em Brasília.
Durante a reunião, ocorrida na terça (30), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apesentou o trabalho Novas formas de relações no mundo do trabalho. Aguinaldo Nogueira Maciente, representante do Ipea, falou sobre as diversas formas de trabalho relacionados às novas tecnologias, incluindo plataformas digitais e trabalho home office. A proteção social e as condições de trabalho das pessoas envolvidas em atividades relacionadas a plataformas digitais também foram discutidas.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) participou da reunião com a apresentação do trabalho O sindicalismo em face das novas tecnologias no mundo do trabalho, feita por Alexandre Sampaio Ferraz. O estudo avaliou quais seriam as novas formas de representação dos trabalhadores, visto que as relações entre plataformas digitais e prestação de serviços não se caracterizam hoje por um vínculo empregatício padrão, e quais seriam as estratégias de defesa dos seus direitos.
O coordenador do Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho, Mário Magalhães, fez a apresentação Demografia, desenvolvimento e o futuro do trabalho. O grupo debateu a relação dos impactos das novas tecnologias com as tendências de crescimento ou de redução de mão de obra e com o envelhecimento da população.
“As tendências demográficas apontam para o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho, o que gera reflexões sobre as novas oportunidades geradas pela utilização das novas tecnologias e os possíveis impactos positivos e negativos dessas tendências”, destacou Mário Magalhães.
O Comitê de Estudos Avançados sobre o Futuro do Trabalho reúne representantes do governo, do Judiciário, do meio acadêmico, de entidades de classe e sindicais (de empregados e empregadores) e tem a missão de discutir e propor formas de proteção ao emprego diante do avanço da automação. A próxima reunião do comitê está agendada para o dia 13 de novembro. Na pauta, debate sobre reconversão setorial e ocupacional, proteção ao desemprego tecnológico e novas regulamentações.
Audiências Públicas – O Ministério do Trabalho também realiza audiências públicas regionais para discutir temáticas envolvendo o futuro do trabalho. Os encontros contam com a participação de representantes de instituições do segmento da indústria, sindicatos, universidades, representantes do judiciário e ministério público estadual.
A primeira audiência, realizada no dia 16 de setembro, em Florianópolis, discutiu os impactos da inteligência artificial no futuro do trabalho. A segunda ocorreu no dia 25/10, em São Paulo, com a discussão sobre os desafios da indústria 4.0 e a formação profissional do trabalhador do futuro.
Consulta Pública – As contribuições da sociedade brasileira também são recebidas pelo Ministério do Trabalho por meio de consulta pública (www.[email protected]). Foram selecionados três assuntos para receber questionamentos e sugestões: presença das novas tecnologias nas atividades econômicas, impacto dessas tecnologias no mercado de trabalho e políticas públicas que promovam a inclusão de trabalhadores no processo de transformação.
As propostas serão analisadas pelo comitê, e o resultado será compilado para discussão no Conselho Nacional do Trabalho (CNT). A expectativa é de que o relatório final com os estudos e proposições do grupo seja apresentado em novembro.
Fonte: Ministério do Trabalho