"Esperamos não precisar atuar da mesma forma que foi necessário em 2008", afirmou Coutinho, em evento realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo ontem. "Dilma quer como resposta a esta crise a aceleração dos investimentos. A presidente quer expandir investimentos sobretudo em infraestrutura. Vamos manter ou aumentar investimentos em petróleo e gás", acrescentou.
Esta manifestação já mostra uma preocupação do governo com o esgotamento do consumo como motor do crescimento no Brasil, como ocorreu durante a crise de 2008-2009. O nível de desemprego no País é um dos mais baixos da história, segundo o Dieese. No entanto, os rendimentos do trabalhador começam a preocupar economistas.
Patrícia Lino Costa, economista do Dieese, indica que a inflação é a maior responsável pela queda dos rendimentos reais. "Neste ano, as negociações ficaram próximas à inflação. As contratações vêm sendo realizadas com menores salários. A queda está acontecendo há algum tempo", diz.
Segundo o estudo, na comparação em 12 meses, agosto de 2011 registrou queda de 3% nos rendimentos de ocupados e 3,7% nos de trabalhadores assalariados. A massa de rendimentos reais dos ocupados caiu 1,1%, enquanto que a dos assalariados aumentou em 0,5%.
A visão internacional sobre o futuro da economia brasileira também demonstra cautela. O Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer abaixo do seu potencial de 4,5% nos próximo dois anos, prevê a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em relatório divulgado ontem, a instituição projeta aumento de 3,6% do PIB neste ano, de 3,5% em 2012 e de 4% em 2013. O órgão também ressalta a necessidade de mais investimentos no País.
Fonte: DCI