São destaque entre os Estados do Nordeste, o Ceará e a Paraíba, com 79%, além do Piauí que figura na lista com a taxa 75% de MPE com mais de dois anos no mercado. Pernambuco, Amazonas e Acre são as regiões que apresentam taxas de sobrevivência mais baixas, com 58%, 59% e 60%, respectivamente.
A pesquisa aponta que no Piauí houve aumento da taxa de sobrevivência. Para as empresas constituídas em 2005 no Estado, a taxa de sobrevivência foi de 74,1%. Para as constituídas em 2006, a taxa de sobrevivência subiu para 74,6%. Entre as empresas piauienses constituídas em 2006, a taxa de sobrevivência foi maior para empresas industriais com 86,6%, seguidas pelo comércio, com 77,5%; serviços com 65,6%; e construção civil com 61,6%.
De acordo com a professora de empreendedorismo e analista do Sebrae no Piauí, Marilda Melão, os índices apontam uma evolução significativa no Estado. “Os centros de ensino estão cada vez mais completos, e com direcionamento administrativo para o preparo para gerir negócios. Existe uma grande oferta de cursos de graduação e especialização que garantem suporte e colocam pessoas preparadas no mercado”, analisa.
Na comparação com países do chamado primeiro mundo, Brasil e Piauí tiveram bom desempenho. Com 75% de empresas com mais de dois anos no mercado, o Estado ocupa posição superior no ranking em relação a países como Canadá (73,8%), Nova Zelândia (57%), Hungria (56%), Eslováquia (62%) e Holanda (50%).
Já no Brasil, o índice de 73,1% de sobrevivência das micro e pequenas empresas (que antes era de 71,9%) é superior ao de nações como Espanha (69%) e Itália (68%), países referência em empreendedorismo.
Estudos apontam que os dois primeiros de atividade de uma empresa são os mais difíceis. “É exatamente nestes dois anos que acontece o amadurecimento e o aprendizado do empresário. É quando ele consegue ficar focado, e alinhado ao seu negócio. É também nesse momento que ele se depara com problemas, sendo possível atuar diretamente, colocando em prática tudo o que foi aprendido na teoria”, afirma Marilda.
Mais da metade dos empregos com carteira assinada do país são gerados por micro e pequenas empresas. Anualmente são criados mais de um milhão de novos empreendimentos formais, e deste total, mais de 99% são micro e pequenas empresas, além dos Empreendedores Individuais.
Em parceria com a Secretaria da Receita Federal, o Sebrae elaborou o estudo de sobrevivência com base em uma nova metodologia, que permite identificar a partir da base de dados da Receita, o total de empresas que são criadas e as que encerram suas atividades antes de completar o segundo ano de existência.
Outra vantagem da metodologia é que o Sebrae pode atualizar anualmente o estudo, o que permite o monitoramento contínuo da taxa de sobrevivência das empresas no país.
Para Marilda, as pessoas estão percebendo a importância do conhecimento antes de abrir um empreendimento. “É importante focar na sustentabilidade dos negócios no Piauí, mas para isso é preciso ter conhecimento e vontade de trabalhar. É ideal não misturar necessidades pessoais com finanças da empresa, além de entender que todo mercado é competitivo, mas que não é preciso atropelar outras empresas”, destaca.
O resultado da pesquisa fortalece a missão do Sebrae no Piauí de aproximar o pequeno empreendedor do conhecimento.”Este ano, realizamos a Semana da Microempresa, um evento de impacto com ações voltadas para o aprendizado do gestor, e no próximo ano realizaremos a Feira do Empreendedor, que trará novidades no âmbito da inovação, além de palestrantes de renome nacional, que auxiliam na busca e gestão do conhecimento”, completa a analista.
DICAS PARA A SOBREVIVÊNCIA DA EMPRESA
1) Planeje-se sempre;
2) Respeite sua capacidade financeira;
3) Não misture as finanças da empresa com finanças pessoais;
4) Fique de olho na concorrência;
5) Prospecte novos fornecedores;
6) Tenha controle do seu estoque;
7) Marketing não se resume a anúncio, invista em outras estratégias;
8) Inove, mesmo que tenha um produto ou serviço de sucesso;
9) Invista sempre na formação empresarial;
10) Seja fiel aos seus valores e ao do seu negócio.
Fonte: SEBRAE