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Mantega estima PIB entre 3% e 3,5% esse ano

Missão para o próximo ano é reduzir custo do crédito, diz ministro

03/01/2012 12:33

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Mantega estima PIB entre 3% e 3,5% esse ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (22/12) que o Brasil vai conseguir terminar 2011 com o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Com US$ 2,4 trilhões, o país conseguirá ultrapassar o Reino Unido e ficará atrás apenas dos Estados Unidos, China, Alemanha, Japão e França. Em 2010, o Brasil figurou como a sétima maior economia do mundo.

“Poderemos ultrapassar as grandes economias nos próximos anos, principalmente porque a economia brasileira continuará com um ritmo acelerado. Das seis maiores economias do mundo em 2011, o Brasil só perde para a China”, falou Mantega, em café da manhã com jornalistas.

Na oportunidade, o ministro adiantou o resultado primário do Tesouro Nacional de novembro. No período, o governo central teve superávit primário de R$ 4,6 bilhões, chegando ao acumulado do ano em R$ 91,1 bilhões, próximo da meta de R$ 91,7 bilhões. “Estamos cumprido rigorosamente a nova meta de primário anunciada no final de agosto. O resultado mostra que continuamos controlando os gastos de custeio e tendo uma boa arrecadação”, comentou.

O governo se prepara para fazer um primário maior a fim de compensar a fatia que cabe aos Estados, que não deve ser cumprido.

“O desemprego em 5,2% é o menor de toda a série do IBGE”

Ao fazer um balanço da economia brasileira em 2011, Guido Mantega comemorou a geração de novos empregos no Brasil, mesmo no contexto de crise internacional. “Num ano em que o desemprego se elevou nos países ricos, o Brasil conseguiu criar, até novembro de 2011, 2,3 milhões de empregos com carteira assinada. Esse é um resultado excepcional, tanto que a taxa de desemprego está em 5,2%, o menor de toda a série do IBGE”, avaliou Mantega.

Para o ministro da Fazenda, em função da estabilidade e solidez econômica, a família brasileira vai terminar o ano com renda maior da que possuía em 2010. Até novembro, o crescimento da massa salarial era de 5,9% em relação ao mesmo período do passado.

O mercado consumidor também aumentou em torno de 7%. Isso demonstra que o padrão de vida dos brasileiros melhorou. “A população está consumindo mais alimentos, mais eletroeletrônicos, computadores e carros. Uma novidade importante é que houve aumento do crédito habitacional, que cresceu 46% esse ano”, comemorou o Ministro.

“No próximo ano, a missão é reduzir o custo financeiro do crédito”

Em 2011, o Banco central prevê que o crédito irá crescer 17,5%, menos que o ano passado (20,5%).  Na avaliação de Mantega, esse desempenho é satisfatório, atendendo às necessidades da economia, e agora o que incomoda é o custo financeiro elevado. “No próximo ano, a missão é reduzir o custo financeiro do crédito, pois o consumidor brasileiro quando vai fazer um financiamento está pagando muito caro”, admite.

De acordo com o ministro, a redução do custo financeiro do crédito vai permitir um aumento do consumo, possibilitando que a população tenha mais acesso à aquisição de bens duráveis e semiduráveis.

“Em 2011, a crise tirou um pouco do nosso crescimento econômico”

O ministro da Fazenda disse que a economia brasileira sente os efeitos da crise internacional, principalmente a indústria. “A indústria não foi tão bem esse ano porque sofreu dificuldades para aumentar as exportações e enfrentar as importações mais competitivas”, sinalizou.

“O impacto da crise sobre a economia representa uma redução do nosso PIB em torno de 0,5% a 1%, em 2011”, estimou Guido Mantega. Ele ainda projetou o PIB de 2011 entre 3% a 3,5%.

De acordo com as explicações do ministro, 2011 foi um ano de ajustes na economia, com a mudança pelo governo da relação entre política fiscal e monetária. “A gente fortaleceu a política fiscal, estabelecendo um primário maior para dar mais liberdade à política monetária reduzir os juros, o que está acontecendo. Essa é uma nova realidade na política econômica desse país”, enfatizou.

Para o ministro, em 2012, o PIB crescerá entre 4% (se a situação internacional continuar complicada) e 5%. “Os europeus estão demorando para encontrar uma solução, e essa demora faz que com que a situação se agrave  mais ainda. Se eles encontrarem a saída, vamos ter um cenário mais favorável, com crescimento maior”, comentou.

“Conseguimos gestão fiscal eficiente porque houve uma colaboração de todos os poderes”

Ao falar sobre a política fiscal, Mantega disse que o governo conseguiu obter uma gestão fiscal eficiente porque houve colaboração de todos os poderes. Além disso, não houve nenhum aumento significativo de gastos públicos. “Em 2011, tivemos grande maturidade do Legislativo e conseguimos aprovar projetos importantes para o país, como a DRU, o Brasil Maior e a Emenda 29 (que regulamenta recursos da União para saúde)”, citou.

Para o próximo ano, dentre as prioridades legislativas do governo estão o Plano de Previdência Complementar dos Servidores; o Projeto de Resolução nº 72 de Senado Federal, que reduz o ICMS para importação; e a redução e homogeneização do ICMS interestadual. O ministro disse ainda que vai conversar com governadores que estão aumentando tributos nos Estados através da substituição tributária, mecanismo que repassa a cobrança do tributo para o início da cadeia.

“Os bancos brasileiros estão entre os mais capitalizados do mundo”.

Com relação à participação dos bancos públicos na economia brasileira, o chefe da Fazenda ressaltou que, neste ano, os bancos públicos aumentaram o crédito, com taxas de juros menores, em patamares superiores aos do setor privado. A Caixa Econômica, por exemplo, aumentou o crédito em 2011 em mais de 40%; a média do mercado foi de 17,5%.

“Os bancos públicos estão à frente da nossa filosofia de aumentar crédito, reduzindo custo financeiro. Por isso, precisam ser capitalizados”, comentou Mantega, ao anunciar uma nova capitalização, ainda esse ano, para a Caixa Econômica Federal e o BNDES, nos valores de até R$ 500 milhões e até R$ 400 milhões, respectivamente. Os recursos são do Tesouro Nacional.

“A inflação ficará abaixo de 6,5%, sem ultrapassar a meta”

Ao ser questionado se a inflação irá ficar dentro do teto da meta esse ano, Guido Mantega afirmou acreditar que sim. Ponderou, ainda, que o Banco Central (BC) possui mais precisão na previsão da inflação. Em seu relatório, divulgado hoje, a autoridade monetária estima que o índice deve alcançar o teto da meta de 6,5% em 2011.

“No próximo ano, a inflação tem tudo para ficar mais comportada, pois não haverá boom de commodities, o chamado choque de oferta, como ocorreu no na segunda metade de 2010 e inicio de 2011”, ressaltou Mantega. Ele reafirmou que inflação em 2012 deverá ficar em 4,7% (próximo do centro da meta).

“Na balança comercial, fomos muito bem esse ano”

O ministro ainda comentou o impacto positivo da balança comercial brasileira no PIB. A previsão é de que a exportação fechará 2011 em mais de R$ 250 bilhões, um aumento de R$ 50 bilhões em relação ao ano passado. “Esse é um resultado muito bom, principalmente em um ano de comércio internacional difícil, de grande disputa por mercados”, ressaltou.

De acordo com Mantega, esse desempenho reflete a demanda por commodities e a uma melhoria no câmbio em 2011. “Terminamos ano passado com o câmbio em R$ 1,70 e, nesse ano, vamos terminar num patamar acima de 1,80. Isso é reflexo das medidas eficazes que tomamos e dos problemas internacionais que ajudou”.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - GMF

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