A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), anunciou que dados levantados com as distribuidoras de energia apontam que famílias carentes provavelmente usaram parte do Auxílio Emergencial, fornecido pelo governo durante a pandemia, para quitar contas de luz atrasadas. A divulgação ocorreu durante uma reunião de diretoria do regulador transmitida online.
O comportamento desses consumidores foi notado pelas companhias em maio, quando a classe de clientes se diferenciou de todas as demais, inclusive, de indústrias e órgãos do poder público, nas quais foi registrado significativo salto da inadimplência durante o mês.
Com essa mudança de comportamento das famílias de baixa renda, o índice total de inadimplência entre os clientes das distribuidoras caiu fortemente em maio, indo para 4,5% contra pouco mais de 10% em abril.
"Em abril houve um aumento do nível de inadimplência. Porém, no mês de maio houve redução e esse indicador apresentou valores no mesmo patamar dos valores verificados no ano de 2019 ", apontou a especialista em Regulação da Aneel, Djane Melo.
Inadimplências
A especialista da Aneel destacou que os clientes de baixa renda tiveram, no mês passado, uma “inadimplência negativa” de 11,6% ao pagarem mais às distribuidoras do que o valor das faturas emitidas para eles no mês.
Os clientes residenciais que estão fora dessa categoria alcançaram um índice de inadimplência de 5,25% em maio, diante de 1,5% do mesmo período do ano passado. A indústria e o comércio tiveram inadimplência de 8%, contra -3,3% no ano anterior.
O pagamento das dívidas de energia pelas famílias carentes começaram a ser constatados após o pagamento das primeiras parcelas do Auxílio Emergencial serem pagas. Em abril, o governo também publicou uma medida provisória que garantiu isenção das contas de luz por três meses para pessoas já cadastradas na chamada tarifa social de energia.
