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Hackers criam lives no YouTube para disseminar fraude com criptomoedas

Golpe com criptomoedas por meio do YouTube cresceu com onda de lives na pandemia.

14/08/2020 16:15

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Hackers criam lives no YouTube para disseminar fraude com criptomoedas

Hackers criam lives no YouTube para disseminar fraude com criptomoedas

O mais novo alvo de golpes dos hackers é o YouTube. Aproveitando da crescente das lives, criminosos cibernéticos estão criando e invadindo canais no YouTube para iniciar transmissões ao vivo falsas que prometem "retorno em dobro" a quem enviar dinheiro para carteiras de criptomoeda, como o Bitcoin.

Para que o golpe convença um maior número de internautas, as lives fraudadas usam nomes de celebridades do mundo da tecnologia, como Steve Wozniak e Elon Musk.

Quando as lives são feitas em canais recém-criados, essas transmissões ao vivo têm um alcance menor, já que não contam com a base de inscritos e o favorecimento dado pelo algoritmo a canais mais estabelecidos.

Os criminosos, porém, também podem inflar as estatísticas de visualização do canal para dar a impressão de que as transmissões são mais populares do que realmente são.

De acordo com o site da "CBS News", Steve Wozniak, um dos fundadores da Apple, moveu uma ação na Justiça contra o YouTube. Wozniak alega que o uso impróprio de sua imagem nesses golpes está prejudicando sua reputação.

Em julho, a consultoria Whale Alert publicou um relatório informando que usuários teriam perdido o equivalente a US$ 24 milhões (cerca de R$ 125 milhões) em bitcoin nesse tipo de golpe.

Golpes

O tema da fraude lembra o golpe promovido no Twitter prometendo retorno em dobro para quem depositasse criptomoedas nas carteiras especificadas. No entanto, em vez de partir diretamente dos canais invadidos, a oferta é sempre colocada em nome de outras pessoas.

As transmissões "ao vivo" utilizam eventos passados e gravados, associados à "oferta" de retorno em dobro.

Os invasores muitas vezes conseguem acesso aos canais invadidos enviando uma proposta comercial falsa aos responsáveis. Quando o link na "proposta" é acessado, informações podem ser roubadas da vítima.

Em outros casos, a "proposta" envolve a divulgação de um aplicativo, que rouba informações do computador quando o youtuber instala o programa para testá-lo.

O blog de Altieres Roh, especialista em defesa contra ataques cibernéticos, procurou o YouTube para comentar o assunto. Por meio de nota, a empresa afirmou que leva a segurança de contas "muito a sério" e que notifica os donos dos canais quando encontra suspeitas de invasão.

O YouTube também disse que recomenda que a ativação da autenticação de dois fatores e que donos de canais podem procurar sua equipe para recuperar o controle das contas.

6 milhões de vídeos removidos

O Google publicou um relatório de transparência informando quantos vídeos foram removidos do YouTube de janeiro a março de 2020 por violações de políticas da rede social.

Segundo a empresa, foram 6,1 milhões de vídeos. Só no Brasil, foram 484 mil remoções de vídeos. A companhia também afirmou que removeu 1,97 milhão de canais.

A maioria das remoções (87,5%) foi motivada pela presença de "spam, conteúdo enganoso e golpes". A companhia não informou, porém, exatamente quais golpes ocorreram na plataforma. Nudez (8%) e segurança infantil (2,6%) foram as outras razões mais comuns.

 

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